O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, abdicou da entrada do país na Organização do Atlântico Norte, a Otan, em troca de garantias de seguranças ocidentais para encerrar a guerra contra a Rússia.
A Otan é uma aliança politico-militar de 32 países, criada em 1949, como forma de garantir a segurança coletiva na Europa e na América do Norte, com o princípio de que o ataque a um dos países significaria um ataque a todos os membros.
“Desde o início, o desejo da Ucrânia era aderir à Otan. Essas são garantias de segurança reais. Alguns parceiros dos EUA e da Europa não apoiaram essa direção”, lamentou Volodymyr Zelensky, em resposta a perguntas de repórteres em um bate-papo no WhatsApp, conforme noticiou a agência Reuters.
“Portanto, hoje, as garantias de segurança bilaterais entre a Ucrânia e os EUA, as garantias semelhantes ao Artigo 5º para nós por parte dos EUA e as garantias de segurança de colegas europeus, bem como de outros países — Canadá, Japão — são uma oportunidade para evitar outra invasão russa”, disse Zelensky. “E isso já é um compromisso da nossa parte”.
Zelensky é pressionado a ceder parte do território para a Rússia
O anúncio de Zelensky é feito após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigir repetidas vezes que a Ucrânia renuncie às suas ambições de ingressar na Otan.
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, vai receber Zelensky amanhã, segunda-feira, para uma cúpula com líderes da Europa em Berlin. Esta será mais uma demonstração de apoio dos líderes europeus à Ucrânia.
Zelensky é pressionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para fechar logo um acordo com a Rússia. A Rússia invadiu o território da Ucrânia em 2022.
Alemanha, França e Grã-Bretanha trabalham para melhorar as propostas dos EUA, que pressionam Zelensky para ceder parte do território para a Rússia.