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Vivo e a ambição de dominar a infraestrutura invisível das cidades

A instalação de 4,4 milhões de hidrômetros inteligentes para a Sabesp, anunciada em agosto, deixou de ser apenas um contrato bilionário de IoT para se tornar um símbolo da mudança estrutural da Vivo. O projeto, o maior do mundo em volume de dispositivos conectados, revela a ambição da empresa: ocupar a camada invisível que sustenta o funcionamento das cidades contemporâneas.

Não se trata mais de vender conectividade, mas de operar infraestruturas críticas que dependem de dados em tempo real. E poucos players no país dispõem de uma vantagem tão estrutural quanto a Vivo: uma base de 26 petabytes de dados, uma das três maiores do Brasil. Essa massa de informação, alimentada diariamente pelos 116 milhões de acessos da companhia, permite calibrar modelos, antecipar falhas, otimizar redes e, sobretudo, desenvolver aplicações replicáveis em setores como saneamento, energia, mobilidade e segurança pública.

O contrato com a Sabesp também cristaliza a guinada do braço corporativo da empresa. O B2B da Vivo já fatura mais de R$ 5 bilhões em serviços digitais, do cloud à cibersegurança, passando por locação de equipamentos e IoT: mercados que crescem em dois dígitos e exigem competências que vão muito além da telecom tradicional.

Para Christian Gebara, CEO da empresa, esta é uma transição deliberada: “É um projeto de escala inédita, que combina conectividade, dados e capacidade de integração. Isso mostra para onde estamos indo”, disse durante o Zoox Data Revolution nesta terça-feira, 18, no Hotel Unique, em São Paulo.

Com aquisições de integradoras como Vita (Cisco) e IPNET (Google Cloud), a empresa se equipa tecnicamente para atender utilities e governos, setores que buscam digitalização profunda e trabalham com contratos longos, margens previsíveis e alto grau de complexidade.

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O movimento sugere que os hidrômetros são apenas o começo. A Vivo está se posicionando para disputar, e potencialmente dominar, a infraestrutura digital que opera abaixo da superfície do país, onde hardware, software, IA e dados convergem para redesenhar serviços públicos essenciais.

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