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Viúva de Charlie Kirk divide a direita e reaviva a memória do marido

Charlie Kirk foi um fenômeno que cresceu mais ainda depois de ser assassinado com um tiro na garganta em 10 de setembro passado. E sua mulher, a loiríssima Erika, não tem a menor intenção de se afastar da vida pública e se trancar no luto.

Por não assumir o papel de viúva convencional, provoca críticas intensas – às roupas modernas, à maquiagem, ao abraço que recebeu do vice-presidente JD Vance, ao tempo em que passa dando entrevistas e “nunca com seus filhos”, como disse cruelmente uma delas. O comportamento ativo também ajudou a desencadear as mais loucas teorias conspiratórias, inclusive de dois conhecidos comunicadores que usam justamente esses absurdos para se manter no topo dos mais acessados, Tucker Carlson e Candace Owens.

As teorias seguem um princípio conhecido: quanto mais absurdas, mais há gente disposta a dizer “ah, aí pode ter alguma coisa”. Candace Owens, que deveria há muito tempo ter sido marginalizada do debate público pelas atrocidades que diz, mais do que insinua que Charlie Kirk estava “prestes” a romper seu conhecido apoio a Israel. Daí…

É assim que as maluquices se sustentam. É assim que Candace se tornou defensora de temas conhecidos do antissemitismo. Por isso, mereceria o esquecimento. Mas só cresceu e recentemente ganhou mais projeção ainda ao dizer que Brigitte Macron, a mulher do presidente francês, nasceu homem e eliminou sua identidade masculina, Jean-Michel Trogneux. O fato de que a primeira-dama francesa tenha um irmão com esse nome não muda nada para aqueles dispostos a acreditar nas maiores insanidades.

O casal Macron entrou com uma ação por difamação contra Candace Owens, mesmo sabendo que um processo só aumenta o que ela mais procura, visibilidade. É triste, mas é assim que funciona: ou a pessoa se recolhe em silêncio ou reage a ataques torturantes, alimentando a fama do caluniador.

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A NOVA JACQUELINE

Outra teoria de arrancar os cabelos: o assassinato teria envolvimento da própria organização criada por Charlie Kirk , TPUSA (as primeiras iniciais correspondendo a “Turning Point”, ou hora da virada, significando a guinada conservadora e cristã que ele ambicionava impulsionar). A presidente da TPUSA hoje é Erika e daí para chegar a insinuações de que ela também se envolveu no crime é só um salto que os extremistas do teclado estão loucos para dar.

Erika, definitivamente, não hesita em faturar com os desdobramentos que se seguiram ao assassinato. É exploração da memória do marido ou corresponde a um desejo que ele aprovaria de ampliar o alcance do seu projeto?

Candace Owens disse que um jantar beneficente em Mar-a-Lago, o resort de Donald Trump, custou 10 mil dólares por cabeça e arrecadou quarenta milhões – uma conta maluca, mas assim funcionam os pregadores da insanidade.

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Existe algo mais americano do que levantar fundos por uma causa em que se acredita?

Depois das sucessivas barbaridades, Candace teve uma conversa particular com Erika, mas ambas ainda estão guardando sigilo sobre o teor. Foi uma espécie de encontro de chefes de Estado.

Erika Kirk em vários aspectos está assumindo um papel similar ao de Jacqueline Kennedy quando se casou com o milionário grego Aristoteles Onassis e destruiu a persona de eterna viúva da nação que havia sido criada para ela com o assassinato do marido.

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As expectativas do que deve ser o comportamento de uma mulher que perde o marido são muito arraigadas na mente humana e Erika, uma ex-miss Arizona, lindíssima, que chora sem perder os cílios postiços e não quer ficar trancada em casa e na dor, não está vacilando em contrariá-las. Mas não deixa de ser tocante quando ela diz que considerava que as pessoas que hoje tentam difamá-la “eram humanas”.

‘DOENÇA NA ALMA’

O crime volta a ocupar o centro das atenções com o início do julgamento do assassino, Tyler Robinson. De camisa social e gravata, direito conquistado por sua equipe de defesa, ele apareceu como um jovem comportado de 22 anos diante do tribunal, no Estado de Utah, e chegou a sorrir ao fazer comentários com os advogados. Nada indicava o tsunami de sentimentos negativos que o levaram ao alto de um prédio no campus da universidade de Utah Valley para disparar o preciso tiro fatal, possivelmente porque, vivendo num ambiente de extrema instabilidade emocional, se considerava o vingador da pessoa com quem mantinha um relacionamento, um homem biológico que se declarou mulher trans.

“Vocês querem assistir ao vídeo de alta resolução mostrando meu marido ser assassinado e dar risada, dizendo que ele merece? Há alguma coisa muito doentia na alma de vocês e rezo para que Deus salve vocês”, disse Erika num programa com a CBS.

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Para dar uma ideia de como as coisas vão sendo distorcidas, surgiram manchetes na mídia tradicional dizendo que “mais de 500 americanos foram castigados” por criticar Kirk. Obviamente, as demissões e afastamentos foram de pessoas que celebraram o assassinato, uma atitude torpe, inclusive por parte de brasileiros, não “criticaram” a vítima.

A “doença na alma” vai muito além dos conspiradores malucos da extrema direita.

Logo depois do assassinato, Erika, católica praticante, disse que seguiria os princípios da religião, perdoando o assassino. Foi essa a ideia mais perturbadora que anunciou até agora, propelindo-a para uma fama à qual não está dizendo não.

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