Nesta quinta-feira, 17, o Senado dos Estados Unidos aprovou um corte de US$ 9 bilhões nos gastos do governo com assistência humanitária internacional e financiamento de rádios públicas. O projeto foi aprovado por 51 votos a 48, em uma vitória que expõe o controle que o presidente do país, Donald Trump, exerce sobre o Congresso.
A maior parte dos cortes é voltada a programas assistenciais para países estrangeiros afetados por guerras, doenças infecciosas e desastres naturais. No entanto, a medida também elimina US$ 1,1 bilhão que seria direcionado à Corporação de Radiodifusão Pública nos próximos dois anos. Trump e muitos legisladores republicanos alegam que os gastos com radiodifusão são desnecessários, e entendem que a cobertura jornalística é tendenciosa contra a direita.
Anteriormente alocados pelo Congresso, os gastos foram revistos pela Câmara dos Deputados em junho, quando houve a aprovação do pacote de cortes por 214 votos a 212. Na época, a redução de financiamento de ajuda internacional englobava verbas destinadas ao plano PEPFAR de combate a Aids, criado pelo então presidente George Bush em 2003.
Os cortes no programa de saúde global levantaram resistência por parte dos senadores, fazendo com que o diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, Russell Vought, tivesse que se manifestar na terça-feira 15, declarando que o programa estaria isento da medida, abrindo caminho para a aprovação.
Com o sinal verde do Senado, o “pacote de rescisão”, como foi apelidado, retorna à Câmara, onde os deputados devem dar o aval definitivo antes desta sexta-feira, 18. Em caso de não aprovação, o governo deverá utilizar o dinheiro conforme determinado inicialmente.
Há décadas que os legisladores americanos não aprovam “pacotes de rescisão” independentes, evitando renunciar o controle de gastos que é do Congresso por determinação da Constituição. No entanto, o cenário é diferente no segundo mandato de Trump, com os republicanos tendo maioria estreita na Câmara e no Senado, possibilitando que as políticas do presidente enfrentem pouca resistência no Congresso.