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Violência de gênero atinge quase uma em cada três mulheres no mundo, alerta OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, em relatório divulgado nesta quarta-feira, 19, que quase uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual ao longo da vida — seja pelas mãos de um parceiro íntimo, seja em agressões cometidas por desconhecidos. O documento mostra ainda que os avanços na redução desses crimes seguem “dolorosamente lentos”, com queda anual média de apenas 0,2% nos últimos vinte anos.

“O mundo não pode se considerar justo ou saudável enquanto metade de sua população vive com medo”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Segundo ele, a violência contra mulheres é “uma das injustiças mais antigas e disseminadas da humanidade, e ainda assim uma das menos combatidas”.

O documento, que reúne dados de 168 países, revelou que 840 milhões de mulheres já sofreram violência. Só no último ano, 316 milhões de mulheres, ou 11% da população feminina mundial acima de 15 anos, sofreram violência por parte de parceiros íntimos. 

O relatório também inclui, pela primeira vez, estimativas sobre violência sexual praticada por não parceiros. São 263 milhões de vítimas desde os 15 anos — número que a própria ONU considera subestimado devido ao estigma, à falta de denúncias e à dificuldade de coleta de dados em muitos países.

A violência de gênero também atinge adolescentes de forma alarmante: 12,5 milhões de jovens entre 15 e 19 anos sofreram violência física e/ou sexual de seus parceiros apenas no último ano.

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Mesmo diante das evidências sobre estratégias eficazes de prevenção, o financiamento internacional dedicado ao tema está em queda. Em 2022, apenas 0,2% da ajuda global ao desenvolvimento foi destinada a programas focados em prevenção da violência contra mulheres e meninas. Em 2025,  a contribuição caiu ainda mais devido à crise mundial no setor da ajuda externa desde a volta ao poder do presidente americano, Donald Trump.

O cenário se agrava com emergências humanitárias, crises climáticas, migrações forçadas e desigualdade socioeconômica. Regiões mais pobres e instáveis concentram índices mais altos de violência. Na Oceania — excluindo Austrália e Nova Zelândia — 38% das mulheres sofreram violência doméstica no último ano, mais de três vezes a média global.

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