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Vídeo: ONU denuncia disparos israelenses contra palestinos em fila por comida em Gaza

Milhares de palestinos aguardavam um caminhão das Nações Unidas com alimentos no norte da Faixa de Gaza quando disparos atingiram o chão a poucos metros da multidão. As imagens, registradas na quarta-feira 30 e divulgadas por equipes das Nações Unidas na quinta-feira 31, mostram civis agachados no meio da estrada, à espera da ajuda humanitária, quando os tiros começam. Caminhões com mantimentos já haviam recebido autorização para cruzar os postos de controle.

Em postagem nas redes sociais, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) afirmou que “ninguém deveria ser obrigado a arriscar a vida para comer.” A organização relatou que suas equipes coletam suprimentos essenciais nas travessias de Gaza e os distribuem a quem luta pela sobrevivência. No entanto, os deslocamentos costumam ser atrasados, e multidões desesperadas que se reúnem para descarregar os mantimentos são frequentemente recebidas a tiros.

Segundo a coordenadora humanitária das Nações Unidas em Gaza, Olga Cherevko, a cena foi “desesperadora”, com “dezenas de milhares de pessoas famintas” no local. Ela afirmou que a entrega foi atrasada por mais de duas horas em razão de bloqueios militares. Segundo dados da ONU, mais de 1.300 palestinos foram mortos a tiros, a maioria por forças israelenses, em centros de distribuição de comida.

O Exército de Israel, o IDF, considera o número exagerado, nega ataques deliberados e diz realizar apenas “tiros de advertência” ou usar gás de pimenta para conter tumultos. Já a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma empresa privada que opera com apoio dos Estados Unidos, admite que seus contratados armados adotam medidas semelhantes.

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Apesar das promessas israelenses de ampliar a entrada de suprimentos, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) alerta que os comboios liberados continuam insuficientes desde o anúncio das chamadas “pausas humanitárias”, no último dia 27 de julho. As Nações Unidas afirmam que o volume de comida ainda está longe de atender à população cercada.

Autoridades de saúde da Faixa de Gaza confirmam ao menos 147 mortes por fome, sendo 88 de crianças — a maioria dos óbitos ocorreu entre junho e julho. Imagens de jovens gravemente desnutridos circulam em redes sociais e causaram reações duras até entre aliados de Israel, como o presidente americano Donald Trump, que discordou da afirmação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de que “não há fome em Gaza”.

Em meio à comoção internacional, o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, visitou Gaza acompanhado do embaixador norte-americano em Israel, Mike Huckabee. A viagem ocorreu dias depois de Washington abandonar as negociações de cessar-fogo com o Hamas em Doha. Em suas redes, Huckabee exaltou a distribuição de “mais de um milhão de refeições por dia” pela iniciativa americana.

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