A Rússia lançou um grande ataque contra Kiev, capital da Ucrânia, nesta sexta-feira, 14, de forma a provocar uma série de incêndios na cidade, informou o prefeito Vitali Klitschko. A operação deixou ao menos 14 feridos, dos quais cinco foram hospitalizados — entre eles, uma mulher grávida e um homem em estado crítico. Serviços de emergência responderam às explosões, que continuaram ao longo da madrugada, e autoridades apelaram para que a população permanecesse em abrigos até o fim do alerta de ataque aéreo.
“Os russos estão atingindo prédios residenciais. Há muitos prédios de apartamentos danificados, praticamente em todos os distritos”, escreveu Tymur Tkachenko, chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.
Kyiv hit hard: over 10 apartment buildings, medical facilities, and other sites damaged, the mayor says.
Parts of the city may lose power and water.
The assault is ongoing. pic.twitter.com/GV5R8WTYb4
— Jason Jay Smart (@officejjsmart) November 14, 2025
Atacar residências e infraestruturas civis é um crime de guerra, de acordo com o direito internacional. Segundo Tkachenko, mísseis e drones foram utilizados na ofensiva russa. Ele também disse que o sistema de aquecimento da capital sofreu danos, levando à interrupção do serviço em um distrito, e alertou para possíveis interrupções no fornecimento de energia elétrica e água.
Na região de Kiev, ataques russos danificaram infraestruturas críticas e residências particulares, ferindo pelo menos um civil, afirmou o chefe regional Mykola Kalashnyk. Um homem de 55 anos em Bila Tserkva sofreu queimaduras térmicas e foi hospitalizado, acrescentou. Incêndios também atingiram casas particulares nos subúrbios da capital.
No distrito de Darnytskyi, destroços caíram no quintal de um prédio residencial e no terreno de uma instituição de ensino. Já em Dniprovskyi, três prédios de apartamentos e uma residência particular foram atingidos, de forma a provocar um incêndio em uma área aberta. Em Podilskyi, cinco prédios residenciais e uma estrutura não residencial foram danificados.
Russian forces conducted a large-scale drone and missile attack on Kiev early on November 14, hitting residential buildings and sparking explosions and fires across multiple districts, according to Ukrainian officials pic.twitter.com/hfWHik2cpQ
— TRT World (@trtworld) November 14, 2025
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Estratégia russa
No mês passado, a Rússia disparou mais de 500 drones e mísseis em uma grande ofensiva contra a Ucrânia. Em Kiev, pelo menos 20 ficaram feridos e a rede energética foi danificada, causando um apagão generalizado. A Força Aérea Ucraniana informou que, dos 465 drones e 32 mísseis disparados pela Rússia contra o país, 405 e 15 deles, respectivamente, foram abatidos. O presidente Volodomyr Zelensky condenou o ataque “cínico e calculado”.
“É precisamente a infraestrutura civil e energética o principal alvo dos ataques russos”, escreveu ele no X, antigo Twitter, na ocasião. “O que é necessário não é fachada, mas sim uma ação decisiva – dos Estados Unidos, da Europa e do G7 – no fornecimento de sistemas de defesa aérea e na aplicação de sanções (à Rússia).”
Na época, ele também afirmou que o principal alvo da operação foi a infraestrutura energética da Ucrânia, em um momento em que a queda das temperaturas faz necessários sistemas de aquecimento. O Kremlin intensificou ataques aéreos contra a rede elétrica e sistemas ferroviários ucranianos desde outubro, como fez nos três invernos anteriores. Neste ano, o líder ucraniano afirmou que os bombardeios já sobrecarregaram a infraestrutura de gás ucraniana e que mais investidas podem forçar seu país a aumentar as importações.
