Um barco que levava 154 imigrantes a bordo naufragou na costa do Iêmen, deixando 68 pessoas mortas e outras 74 desaparecidas, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta segunda-feira, 4. Apenas 12 sobreviventes foram encontrados por equipes de resgate.
Este foi o mais recente de uma série de naufrágios no litoral iemenita que fizeram centenas de vítimas – em sua maioria, imigrantes que fogem de conflitos e da pobreza na esperança de chegar aos ricos países árabes do Golfo.
A embarcação, com 154 etíopes a bordo, afundou no Golfo de Áden, na província de Abyan, no sul do país, na manhã de domingo 3, informou Abdusattor Esoev, chefe da OIM, agência das Nações Unidas para imigração, no Iêmen. Segundo ele, os corpos de 54 pessoas foram encontrados na costa do distrito de Khanfar, e outros 14 foram achados no mar e levados para o necrotério de um hospital em Zinjibar, capital de Abyan.
Apenas 12 sobreviveram ao naufrágio. Os demais desaparecidos são presumidos morto, disse Esoev.
A diretoria de segurança de Abyan afirmou que houve uma enorme operação de busca e salvamento, dado o grande número de pessoas a bordo do barco. Em comunicado, a organização afirmou que muitos dos corpos foram encontrados espalhados por uma ampla área da costa.
Rota de imigração
Apesar de viver mais de uma década de guerra civil, o Iêmen é uma importante rota para pessoas do leste da África e do Chifre da África que tentam chegar aos países do Golfo Árabe em busca de trabalho. Os imigrantes são levados por contrabandistas em barcos, muitas vezes perigosos e superlotados, através do Mar Vermelho ou do Golfo de Áden.
Centenas de pessoas morreram ou desapareceram em naufrágios no litoral iemenita nos últimos meses. Em março, dois imigrantes perderam a vida e outros 186 ficaram desaparecidos após quatro barcos naufragarem na costa do Iêmen e do Djibuti, pequeno país africano banhado pelo Mar Vermelho, de acordo com a OIM.
Mais de 60 mil pessoas chegaram ao Iêmen em 2024. O número segue alto, mas apresentou queda em relação a 2023, quando 97.200 aportaram no país do Oriente Médio – provavelmente devido ao patrulhamento mais intenso das águas, de acordo com um relatório publicado em março deste ano pela OIM.