counter Vice-presidente do Senado minimiza danos causados por Eduardo Bolsonaro – Forsething

Vice-presidente do Senado minimiza danos causados por Eduardo Bolsonaro

O vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL–TO), evitou endossar as críticas do senador Ciro Nogueira (PP–PI) ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL–SP), acusado de atrapalhar a articulação da direita com suas movimentações políticas nos Estados Unidos. Em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, Gomes disse que o filho do ex-presidente “fez o que acreditava ser correto” e defendeu que a responsabilidade pelo momento difícil da oposição não é individual, mas parte de um cenário global mais complexo.

“Com todo respeito, o deputado Eduardo Bolsonaro fez aquilo que achava correto na visão dele. É muita simplicidade dizer que só isso mudou o jogo político. O mundo virou uma rua com oito bilhões de vizinhos”, afirmou o senador.

A declaração foi uma resposta indireta a Ciro Nogueira, que havia dito recentemente que a atuação de Eduardo Bolsonaro em Washington “arruinou” o trabalho da direita e deu fôlego ao governo Lula, então fragilizado no meio do ano.

“A eleição não está definida”

Gomes reconheceu que o governo conseguiu se reorganizar politicamente, mas rejeitou a ideia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha conquistado uma vantagem real na corrida para 2026. Segundo ele, há “certa euforia” com pesquisas que mostram Lula numericamente à frente, mas o cenário continua indefinido.

“As pesquisas nunca saíram do patamar de 50%. As variáveis da margem de erro mostram que teremos uma eleição totalmente dividida. É muito precipitado dizer que há uma vantagem para um lado ou para o outro”, avaliou.

Continua após a publicidade

Para o senador, a oposição precisa recuperar foco e discurso, mas ainda dispõe de capital político expressivo:

“A força do presidente Bolsonaro está explícita em todas as pesquisas. Há muita gente que defende o que ele trouxe à política, especialmente no combate aos erros do Estado e das estatais.”

O futuro do debate político

Eduardo Gomes afirmou que a disputa eleitoral só ganhará contornos reais em 2026, quando os candidatos apresentarem seus programas e o país discutir novamente temas como segurança, economia e o papel do Brasil no cenário global.

Continua após a publicidade

“Os debates se darão sobre o que o país está passando agora, mas as pessoas vão querer enxergar o futuro. O Brasil precisará se colocar no debate mundial sobre paz, segurança e desenvolvimento”, disse.

Com tom mais conciliador do que outros líderes bolsonaristas, o vice-presidente do Senado tenta se posicionar como voz pragmática da oposição, num momento em que a direita ainda busca unidade.

Ao contrário de Ciro Nogueira, que apostou no discurso da culpa, Eduardo Gomes aposta na reestruturação gradual do campo conservador — e na certeza de que, como ele mesmo resumiu, “a eleição de 2026 ainda está completamente aberta”.

Publicidade

About admin