O vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL-TO), avaliou que o país ainda não superou as divisões deixadas pela disputa presidencial de dois anos atrás. Em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, o senador afirmou que ‘o Brasil ainda vive uma ressaca das eleições de 2022’ e que a radicalização política continua a influenciar o comportamento de partidos, eleitores e até instituições.
‘O Brasil passa por um momento de polarização muito efetiva. As pessoas e os grupos estão muito radicalizados, e isso passou para o processo eleitoral, o que fez com que a eleição de 2022 tivesse uma ressaca maior do que a esperada’, disse o parlamentar.
A declaração foi dada no contexto do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, do chamado núcleo 4 da trama golpista, que seria o responsável por disseminar notícias falsas que contribuíram para o plano de tentativa de golpe. O senador defendeu que o debate sobre o sistema eleitoral não pode ser tratado como crime.
‘Questionar, aprimorar e discutir o processo eleitoral não é necessariamente um crime’, afirmou o vice-presidente do Senado, ressaltando que temas como o voto impresso e a modernização da votação já foram debatidos no Congresso em outros momentos.
Para o senador, é hora de ‘baixar o tom’ e permitir que o país volte a discutir projetos, e não apenas disputas políticas. ‘O Brasil precisa sair dessa tensão permanente e deixar que as divergências sejam resolvidas no voto, como deve ser em qualquer democracia’, concluiu.
