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Vice de Trump, J.D. Vance chega a Israel em ofensiva diplomática para reforçar cessar-fogo

O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, chegou a Israel nesta terça-feira, 21, em meio a esforços do governo de Donald Trump para reforçar o frágil cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza. A ofensiva diplomática ocorre após uma série de violações da trégua.

Acompanhado de esposa, Usha, Vance foi recebido no aeroporto de Ben Gurion pelo embaixador americano em em Tel Aviv, Mike Huckabee, o embaixador israelense em Washington, Yechiel Leiter, e o ministro da Justiça de Israel, Yariv Levin. Ele deve se encontrar nesta terça com os enviados especiais de Trump Steve Witkoff e Jared Kushner, que desembarcaram no país na véspera, e especialistas militares que monitoram a trégua. Na quarta-feira, 21, sua agenda inclui encontros em Jerusalém com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente Isaac Herzog.

A pauta principal da visita será a manutenção do cessar-fogo, mas espera-se que Vance também pressione Netanyahu a iniciar tratativas sobre questões de longo prazo para o fim permanente da guerra em Gaza.

Negociações intensas

Também em visita a Jerusalém, o chefe de inteligência egípcio, Hassan Rashad, reuniu-se com Netanyahu nesta terça. De acordo com comunicado do gabinete do premiê israelense, os dois discutiram o avanço do plano de cessar-fogo de Trump, as relações entre Israel e Egito e o fortalecimento da paz entre os dois países. Rashad tem ainda um encontro marcado com Witkoff, informou o jornal egípcio Extra News.

Witkoff e Kushner já haviam mantido conversas com Netanyahu na segunda-feira 20, além de outros membros do seu governo, enquanto negociadores do Hamas teriam se encontrado com mediadores egípcios e facções palestinas no Cairo.

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Em um discurso ao Knesset, o parlamento israelense, na noite passada, o primeiro-ministro foi vago sobre o que trataria com Vance. “Falaremos sobre dois assuntos: principalmente os desafios de segurança e as oportunidades diplomáticas que enfrentamos”, disse ele. “Superaremos os desafios e aproveitaremos as oportunidades.”

Nesta terça, o frágil acordo de cessar-fogo pareceu voltar aos trilhos. Israel recebeu de volta os restos mortais de outro refém em Gaza, elevando para treze o número de corpos entregues pelo Hamas. Outros quinze ainda precisam ser devolvidos, um atraso que os mediadores entendem estar relacionado com a dificuldade para localizar todos os mortos em meio aos escombros, enquanto o governo israelense acusa o grupo terrorista de não se esforçar o suficiente.

O refém foi identificado como Tal Haimi. Segundo o gabinete de Netanyahu, o sargento-major, comandante da unidade de defesa do kibutz Nir Yitzhak, foi morto aos 41 anos nos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando 1.200 pessoas foram assassinadas e 251, sequestradas. Seu corpo foi levado para Gaza. Ele tinha quatro filhos, incluindo um nascido após o ataque.

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Na segunda-feira, Israel permitiu a retomada das entregas de ajuda humanitária ao território devastado por implacáveis ​​bombardeios. No entanto, o Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que apenas 986 caminhões com insumos entraram no enclave desde o início do cessar-fogo. Segundo o texto, os termos da trégua previam que 6.600 caminhões deveriam ter chegado até a noite de segunda-feira.

Violações da trégua

Na segunda-feira, o Exército israelense disse ter identificado uma tentativa de infiltração por parte do Hamas a partir da área de Shejaiya, nos arredores da Cidade de Gaza, contra a chamada linha amarela, zona para a qual os militares recuaram após o início da atual trégua. Em um comunicado divulgado na manhã desta segunda (madrugada em Brasília), o comando militar israelense afirmou que a ação era compatível com o acordo, e continuaria a “remover qualquer ameaça imediata”.

Foi uma ação isolada — diferente do dia anterior. No domingo, as forças israelenses lançaram uma onda de ataques aéreos contra Gaza e uma autoridade de segurança afirmou que a entrega de ajuda humanitária para o território seria suspensa “até novo aviso”. Ao todo, os bombardeios mataram pelo menos 45 pessoas, de acordo com a agência de defesa civil e hospitais de Gaza.

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Israel alegou que os bombardeios foram uma resposta necessária depois do Hamas ter atacado soldados israelenses que operavam “para desmantelar a infraestrutura terrorista” na cidade de Rafah, no sul do enclave. Dois militares foram mortos, segundo autoridades do país, o que seriam as primeiras mortes desde o início da trégua, em 10 de outubro. O braço armado do grupo afirmou não ter conhecimento de tais confrontos e não manter contato com grupos locais desde março, garantindo que permanece comprometido com o cessar-fogo.

Donald Trump declarou na segunda-feira que daria ao Hamas uma chance de “se comportar” ou então seria “erradicado”.

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