O major-general Mikhail Gudkov, vice-chefe da Marinha russa que também liderava uma brigada na guerra contra a Ucrânia, foi morto durante um ataque a Kursk, informou o governador da região no extremo leste da Rússia, Oleg Kozhemyako, nesta quinta-feira, 3.
Canais militares não oficiais, tanto russos quanto ucranianos, do aplicativo de mensagens Telegram haviam noticiado anteriormente que Gudkov morreu junto com outros dez militares num ataque das forças de Kiev contra um posto de comando em Korenevo, na região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia.
Até a publicação desta reportagem, nem o Ministério da Defesa russo ou da Ucrânia comentaram sobre o incidente.
Quem era Gudkov
Kozhemyako, que afirmou ter conversado bastante com Gudkov ao longo dos anos, declarou em um comunicado que ele havia sido morto “no cumprimento de seu dever como oficial” junto com outros, e expressou suas condolências aos familiares das vítimas.
“Quando se tornou vice-chefe da Marinha, ele não parou de visitar pessoalmente as posições de nossos fuzileiros navais”, disse Kozhemyako no Telegram.
Gudkov recebeu condecorações por bravura em ações militares contra a Ucrânia e foi acusado por Kiev de crimes de guerra. O presidente russo, Vladimir Putin, o nomeou ao seu cargo em março, quando já liderava uma Brigada de Fuzileiros Navais da Frota Russa do Pacífico, que lutava em Kursk. Partes da região foram capturadas por forças ucranianas numa operação surpresa em agosto de 2024. No início deste ano, Moscou anunciou que todos os soldados haviam sido expulsos.
Assassinato de militares do alto escalão
Caso a informação seja confirmada por Kiev, Gudkov seria um dos militares russos de mais alta patente mortos pelas forças ucranianas desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
No final de abril, Yaroslav Moskalik, vice-chefe da Diretoria Principal de Operações do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, morreu após um carro com um dispositivo cheio de estilhaços explodir nos arredores de Moscou. Dois meses antes, uma explosão no saguão de um prédio residencial de luxo na capital russa matou Armen Sarkisyan, um ucraniano que liderava um grupo paramilitar pró-Rússia. E em novembro do ano passado, um oficial da Marinha russa acusado pela Ucrânia de “crimes de guerra” morreu em um ataque a bomba na Crimeia.