Recém-eleito presidente da CPMI do INSS, instalada nesta quarta-feira no Congresso, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) assumiu a frente do colegiado com a promessa de convocar ex-ministros recentes da Previdência para prestarem esclarecimentos aos parlamentares.
A despeito de ser o nome escolhido da oposição para tomar a frente da CPMI, Viana afirmou, há pouco, que as investigações não devem se limitar somente ao governo Lula ou ao governo Bolsonaro.
“Não estamos aqui para colocar este governo em alguma situação, ou o governo anterior. E os ministros da Previdência que passaram pelo Estado deverão prestar contas”, disse.
Viana, no entanto, não citou nomes ou especificou quais ex-chefes da pasta deverão ser ouvidos.
Entre os 53 requerimentos já apresentados à CPMI até o momento, há um do senador Izalci Lucas (PL-DF) em que pede a “quebra do sigilo telemático (institucional) de Alessandro Antônio Stefanutto, ex-presidente do INSS, entre janeiro de 2023 e julho de 2025” e de Carlos Lupi, ministro demitido por Lula depois que o escândalo do INSS foi escancarado pela PF, no primeiro semestre deste ano.
Nesta quarta, Lupi afirmou que, caso seja convocado, irá “com muito orgulho” à CPMI.
Não é de hoje
Acusações disparadas entre governo e oposição têm servido como uma tentativa de atribuir unicamente a um governo, seja do presidente Lula ou do ex-presidente Jair Bolsonaro, a responsabilidade sobre o escândalo bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS.
Segundo a PF, no entanto, entre 2019 de 2024, período que compreendeu ambas as gestões, criminosos travestidos de sindicalistas e chefes de entidades, valendo-se da leniência de servidores do INSS, desviaram das contas de beneficiários da Previdência cerca de 6,3 bilhões de reais.
Neste período, o Ministério da Previdência contou com cinco ministros distintos. Foram eles: Paulo Guedes, Onyx Lorenzoni e José Carlos Oliveira, na gestão Bolsonaro, e Carlos Lupi e Wolney Queiroz, no atual governo.