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Vereadora aciona Ministério Público por vídeo de deputado bolsonarista com falas de intolerância religiosa

A ativista e parlamentar Benny Briolly (PSOL) acionou o Ministério Público após a repercussão de um vídeo em que o deputado federal Hélio Fernando Barbosa Lopes (PL-RJ), conhecido como Hélio Negão ou Hélio Bolsonaro, atribui supostas tragédias e tentativas de morte do ex-presidente Jair Bolsonaro a “macumba”, “feitiçaria” e práticas de religiões de matriz africana. O conteúdo viralizou nesta semana nas redes sociais.

As declarações foram denunciadas pela vereadora como intolerância religiosa, racismo religioso e incitação ao ódio. Benny reforçou ainda que o conteúdo reforça estigmas históricos que colocam povos de terreiro como inimigos ou responsáveis por infortúnios.

“Esse tipo de fala ataca, profana e faz com que as pessoas reproduzam a depredação de terreiros, o racismo religioso e a violência contra quem cultua o seu sagrado todos os dias”, declarou Benny em suas redes sociais”, afirma Benny, que foi a primeira parlamentar trans eleita e reeleita no Rio de Janeiro.

No vídeo que circula amplamente na internet, Hélio afirma que “muita macumba, muita feitiçaria, muita coisa ruim” teria sido feita para tentar tirar a vida do ex-Presidente Jair Bolsonaro, a quem se refere como “irmão”.

“É um tipo de fala que não pode ser tolerada nem admitida na boca de alguém que se coloca como agente político, executor de políticas públicas, alguém responsável por criar leis, fiscalizar e garantir cidadania e dignidade. Nós não iremos tolerar esse tipo de discurso”, reforçou. “Já vimos pessoas acusadas de bruxaria serem perseguidas e linchadas até a morte. Quando somos associados às desgraças vividas por um ex-presidente cuja base é fanatizada, isso cria um flanco para retaliações e ataques contra um povo que já sofre diariamente com o racismo religioso”, completou a parlamentar.

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Além da representação no Ministério Público, Benny classificou como absurdo o avanço, na Câmara dos Deputados, de um projeto que pode livrar pastores de punição por declarações racistas ou homofóbicas. A proteção a líderes religiosos foi incluída em uma proposta que pretende aumentar as penas para crimes como ultraje a culto, vilipêndio ou impedimento de cerimônia religiosa. “Não podemos permitir que a fé seja usada como escudo para legitimar discursos de ódio”, afirmou.

Ebomi no candomblé e o médium na Umbanda, Benny destaca que sua atuação política também é atravessada pela fé e pela defesa intransigente da liberdade religiosa. “Nossa religiosidade é ancestral, é resistência e é vida. Defender os povos de axé é defender a democracia, os direitos humanos e a dignidade de milhares de brasileiros”, concluiu.

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