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Vacina que previne infecções respiratórias graves é liberada para pessoas acima de 50 anos com comorbidades

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a ampliação do uso da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) para adultos entre 50 e 59 anos com comorbidades, como doenças cardíacas, renais ou diabetes. Até então, o imunizante — produzido pela biofarmacêutica GSK e aprovado no Brasil desde dezembro de 2023 — era indicado apenas para pessoas com 60 anos ou mais.

Embora menos comentado do que gripe ou covid-19, o VSR foi o principal responsável pelos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil em 2024, tendência que continua em 2025. O vírus, pertencente à família Pneumoviridae, tem dois subtipos (A e B) e se espalha com facilidade pelas vias aéreas. Entra pelo nariz ou pela boca, infecta as células e pode avançar até os pulmões, desencadeando inflamação.

O contato com o VSR é praticamente universal: até os dois anos de idade, quase todas as crianças já tiveram exposição ao vírus. Em muitos casos, ele passa despercebido; em outros, causa quadros como bronquiolite, uma infecção viral que inflama os bronquíolos, pequenas vias aéreas dos pulmões. Mas o risco não se limita aos pequenos. Em pessoas mais velhos, especialmente aquelas com doenças crônicas, a queda natural da imunidade cria um ambiente propício para o vírus progredir e provocar complicações pulmonares.

“A ampliação da vacina VSR para adultos de 50 a 59 anos oportuniza mais uma forma de proteção para um grupo vulnerável e que corre risco de complicações graves, como pneumonia, agravamento de doenças crônicas, longas internações e óbito”, afirma Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Estudos apontam que o vírus pode responder por até 15% dos casos de pneumonia em adultos. E muitos quadros passam despercebidos, confundidos com um resfriado comum, já que os sintomas incluem coriza, tosse, febre e mal-estar. A dinâmica dentro das casas também é preocupante, já que crianças pequenas frequentemente infectadas podem transmitir o vírus para adultos mais velhos. Quem convive com crianças contaminadas tem até 22,6 vezes mais chances de desenvolver a infecção.

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Estudos

A decisão da agência se apoia em resultados de um ensaio clínico global de fase III, que demonstrou uma forte resposta imune em adultos de 50 a 59 anos com condições crônicas, resposta comparável à observada em pessoas com 60 anos ou mais. O estudo avaliou a imunogenicidade e a segurança da vacina nesse grupo e apresentou evidências robustas de que a Arexvy (nome que leva a vacina desenvolvida pela GSK) reduz o risco de Doença do Trato Respiratório Inferior (DTRI) causada pelo VSR.

A análise dos dados também mostrou que a vacina possui um perfil de segurança favorável. Os eventos adversos mais comuns são leves a moderados e duram, em média, de um a dois dias. Entre as reações relatadas estão dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação, dor de cabeça, fadiga, dor muscular e dor nas articulações, sintomas comuns após a vacinação. A imunização, no entanto, deve ser adiada em casos de doença febril moderada ou grave e é contraindicada para pessoas com hipersensibilidade a qualquer componente do imunizante, uma decisão que deve ser tomada com um profissional de saúde.

Além da vacinação, por enquanto restrita à rede particular, medidas simples ajudam a conter a transmissão do vírus: lavar as mãos com frequência, evitar tocar o rosto sem higienização prévia, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, evitar contato próximo com pessoas doentes, desinfetar superfícies e permanecer em casa quando houver sintomas respiratórios.

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