Mais de cem entidades de classe, coletivos e movimentos sociais devem participar de um ato em defesa da soberania nacional na próxima sexta-feira, 25, na Faculdade de Direito da USP. A manifestação ocorre em meio às pressões diplomáticas e comerciais que os Estados Unidos vêm exercendo sobre o Brasil, que escalaram nas últimas semanas com o anúncio americano de um tarifaço de 50% sobre importações brasileiras.
O ato deve começar às 11h no Salão Nobre da faculdade, sediada no Largo de São Francisco, no Centro Histórico de São Paulo. A mobilização é inspirada em evento realizado em 11 de agosto de 2022, no mesmo local — na ocasião, às vésperas de uma eleição presidencial marcada por polarização e crises institucionais, foi publicado um manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito.
Nesta quarta-feira, 23, a faculdade publicou uma carta em defesa da soberania nacional, que será lida no evento. Sem citar nomes, o manifesto afirma que “a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa” e reforça que “a Constituição garante aos acusados o direito à ampla defesa” — os trechos fazem alusão ao julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, pauta que foi apropriada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sob os argumentos de suposta perseguição judicial pela Justiça e abusos humanitários para justificar a guerra tarifária contra o Brasil.
A convocação para o ato é assinada pelo diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, e pela vice-diretora, Ana Elisa Bechara. O manifesto lista ao menos 106 entidades da sociedade civil como apoiadores, incluindo o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST); a União Nacional dos Estudantes (UNE); a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); a Academia Brasileira de Ciências; a Aliança Nacional LGBTI; e o Fórum das Centrais Sindicais, que reúne representantes da CUT e Força Sindical, entre outros movimentos sindicais.
