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USP identifica primeiros casos de gripe aviária no Parque Ibirapuera, em São Paulo

O vírus da gripe aviária de alta patogenicidade – tipo que causa sintomas graves e alta mortalidade em aves – foi detectado em aves silvestres no Parque Ibirapuera, na capital de São Paulo. A identificação foi feita no dia 30 de junho por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), e a confirmação oficial saiu na última sexta-feira, 4. O caso está sendo acompanhado pela Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. As informações são do Jornal da USP.

As amostras analisadas pertencem a três aves aquáticas que não são residentes do parque, mas costumam frequentar o local: dois irerês (Dendrocygna viduata) e um socó (Butorides striata). Os testes moleculares confirmaram a presença do vírus em dois dos três animais. O terceiro caso segue sob investigação laboratorial.

“Os primeiros resultados por PCR em tempo real indicaram se tratar realmente do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e, por isso, iniciamos imediatamente a confirmação por sequenciamento genético”, explicou o professor Jansen de Araujo, coordenador do Laboratório de Pesquisa em Vírus Emergentes do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (LPVE/ICB-USP) .

De acordo com o virologista Luciano Thomazelli, do Departamento de Virologia do ICB, os dados preliminares apontam uma linhagem distinta da que vinha sendo identificada até agora na costa brasileira.

Embora as aves silvestres sejam hospedeiras naturais do vírus, a confirmação da presença em um dos parques mais visitados do Brasil acende o alerta para medidas de contenção e conscientização, na opinião dos especialistas. “Os estudos ainda estão em andamento para melhor análise genômica. Dados preliminares de sequenciamento parcial demonstram uma linhagem diferente da encontrada na costa brasileira até o momento”, disse o virologista Luciano Thomazelli, do Departamento de Virologia do ICB.

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Como ocorre a transmissão

A gripe aviária é transmitida entre aves principalmente pelo contato com secreções ou fezes de animais infectados. A infecção também pode ocorrer de forma indireta, por meio da água, alimentos ou superfícies contaminadas. A transmissão para humanos, por outro lado, é rara e depende de contato muito próximo com aves doentes, situação mais comum em ambientes rurais, entre criadores e tratadores.

“Não mexam em aves silvestres moribundas e mantenham distância caso encontrem animais mortos”, alerta o professor Jansen. Ele reforça que não há motivo para pânico, mas sim para colaboração.

Até o momento, não há registro de transmissão do vírus para humanos no Brasil. A Defesa Agropecuária também informa que, por se tratar de um foco em aves silvestres, não há impacto sobre a exportação de carne e ovos do país, nem mudança no status sanitário brasileiro junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

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Orientações para os visitantes do parque

Com o caso confirmado, equipes da prefeitura de São Paulo e da administração do Parque Ibirapuera intensificaram ações de vigilância e orientação aos frequentadores. Funcionários treinados estão circulando pelo parque para identificar possíveis casos em animais e informar o público sobre os cuidados necessários.

Caso alguém encontre uma ave morta ou com comportamento estranho, as recomendações são as seguintes:

  • Não toque no animal
  • Mantenha distância e oriente outras pessoas a não se aproximarem
  • Avise imediatamente os administradores do parque ou contate a Defesa Agropecuária

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