Um estudo organizado pela Escola de Segurança Multidimensional, a ESEM da USP, mostra o tamanho da penetração social das bebidas adulteradas no país.
Segundo a pesquisa, 57,9 milhões de brasileiros não têm restrições ao consumo de bebidas de origem duvidosa. Nesse universo, mais de 14 milhões de brasileiros afirmam que já consumiram bebidas adulteradas ou contrabandeadas.
Os dados estão no novo Levantamento Nacional da Demanda de Bens e Serviços Ilícitos — realizado antes das mortes e do escândalo do metanol visto nos últimos dias –, que será lançado nas próximas semanas.
O material também aborda o fenômeno do consumo de cigarros eletrônicos no país.
Segundo o estudo, o uso de vapes atinge a marca de impressionantes 5,3 milhões de consumidores no país, enquanto o debate regulatório sobre o uso de dispositivos eletrônicos se arrasta nos órgãos públicos ignorando o tamanho desse mercado ilegal.
Este dado engloba tanto os consumidores mensais dos dispositivos eletrônicos quanto aqueles consumidores ocasionais, que utilizam produtos ilegais sem qualquer tipo de controle sanitário.
A pesquisa da Escola de Segurança Multidimensional foi coordenada pelo professor Leandro Piquet. Os dados reforçam como o mercado ilegal tem se consolidado em diferentes setores de consumo no país, expondo a população a riscos à saúde e à segurança.
A comercialização e a importação de cigarros eletrônicos seguem totalmente proibidas no Brasil, impulsionando um mercado paralelo sem controle sanitário e sem fiscalização adequada.