A Universidade Birzeit, na Cisjordânia, afirmou que onze veículos militares das Forças de Defesa de Israel (FDI) invadiram o campus universitário localizado na cidade homônima, na madrugada desta segunda-feira, 22. Em publicação no Facebook, a instituição disse que “não é um incidente isolado, mas sim uma extensão de uma política organizada que visa instituições de ensino superior palestinas, em meio à agressão genocida em curso na Faixa de Gaza e à expansão de múltiplas violações na Cisjordânia”.
Segundo a universidade, soldados israelenses “algemaram e agrediram guardas da universidade”, ferindo dois deles, “invadiram vários prédios” e “distribuíram panfletos contra estudantes e a universidade”, localizada a 10 km ao norte de Ramallah, a capital administrativa da Palestina.
A rádio palestina Al-Alam divulgou um dos panfletos, com mensagens que diziam que “a atividade de organizações (estudantis) é atividade terrorista”. Em entrevista ao veículo, o reitor de Assuntos Estudantis de Birzeit, Ghassan Barghouti, afirmou que o foco da operação seria a Faculdade de Artes, Humanidades e Teatro, embora outros prédios tenham sido invadidos.
A agência de notícias palestina Wafa informou que invasões ao campus da Universidade Birzeit são frequentes, incluindo prisões e agressões a membros da comunidade acadêmica, além de confisco de equipamentos. Trata-se da terceira invasão ao campus da universidade desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro de 2023, de acordo com o vice-reitor da instituição, Yasser Amori.
Murais que mostravam a destruição em Gaza foram danificados, acrescentou Amori. A mídia local também informou que o chefe do Conselho de Cientistas Palestinos e professor da Universidade de Hebron, Mustafa Shawar, foi preso em sua residência.
Não houve comentários sobre o incidente por parte das Forças de Defesa de Israel. O episódio ocorre em meio à intensificação das operações militares na Cisjordânia e à aprovação de um plano de assentamentos judeus no país pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A proposta viola o direito internacional. As operações na Cisjordânia, que ocorrem em paralelo à guerra em Gaza, já resultaram na morte de pelo menos 1.042 palestinos, feriram 10.160 e prenderam mais de 19 mil locais.
