A União Progressista, nome da federação criada por União Brasil e PP e que resultou na maior agremiação política da direita brasileira, dona das maiores bancadas na Câmara e no Senado, tornou-se uma peça-chave em todas as articulações para as eleições de 2026.
Em alguns estados, no entanto, a nova agremiação está, ao contrário do que sugere o nome, desunida. É o caso do Rio de Janeiro, onde há pelo menos três candidatos do grupo querendo a vaga para a sucessão do governador Cláudio Castro (PL).
O União Brasil, em tese, já tem um pré-candidato, que é o deputado estadual Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e, na prática, o vice-governador, já que o titular, Thiago Pampolha, deixou o posto em maio deste ano para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Bacellar, no entanto, no pouco tempo em que esteve como governador interino, acumulou desavenças. Demitiu o secretário de Transportes, Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias e importante liderança política do estado, e provocou desconfiança do bolsonarismo, em especial do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), sobre apoio do PL a uma eventual candidatura dele com o apoio de Cláudio Castro.
Agora, o União Brasil ensaia lançar o prefeito de Belford Roxo, Márcio Canella, como candidato a governador. Aliado do presidente nacional da legenda, Antonio Rueda, ele foi eleito em 2024 e está ainda no primeiro ano de mandato, mas já articula uma provável candidatura ao governo. Além de Rueda, ele é próximo a Washington Reis e ambos são caciques políticos relevantes na Baixada Fluminense, um dos maiores redutos eleitorais do Rio.
PP
Um problema adicional é que o PP, o outro partido da federação União Progressista, também ensaia lançar outro nome, o de Rodolfo Landim, ex-presidente do Flamengo entre 2019 e 2024, quando o clube acumulou títulos importantes, como duas Libertadores da América (2019 e 2022).
O nó do excesso de postulantes terá que ser desatado o quanto antes porque, segundo a legislação eleitoral, uma federação precisa caminhar unida por ao menos quatro anos — ou seja, só pode ter um candidato ao governo do Rio de Janeiro.
A União Progressista, aprovada em convenções dos dois partidos no último dia 19, em Brasília, ainda aguarda a chancela do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para existir oficialmente, mas já começa a ter problemas antes mesmo de existir.
Paes favorito
Pesquisa de intenções de voto divulgada pela Genial/Quaest na última sexta-feira, 22, mostra que o atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), é , por ora, o favorito ao governo do estado – ele tem 35% das intenções de voto.
Na sequência, aparecem distantes Rodrigo Bacellar, com 9%; Washington Reis, com 5%; a vereadora Monica Benício (PSOL), com 4%; e o médico e influenciador Italo Marsili (Novo), com 2% — leia a matéria completa aqui.