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Uma nova bússola: como viver guiado pelo que importa, e não pelo medo

Você passou a vida inteira tentando ser perfeito. Agora, quando tenta fazer diferente, surge o vazio. Se eu não estiver buscando o 100% o tempo todo, então o que me guia?

Talvez você esteja num ponto importante da sua jornada: quando percebe que não quer mais viver à base de medo, mas ainda não sabe direito como viver de outro jeito.

Há algumas semanas, falamos sobre o lado perverso do perfeccionismo e propus um experimento para você viver com mais ousadia: e se, em vez de 100%, você entregasse 80% com intenção?

Quando falo sobre isso com clientes e pacientes, existe uma pergunta que sempre aparece — às vezes de forma direta, às vezes nas entrelinhas: “Mas se eu parar de dar 100%… o que sobra de mim?”

Quando o medo assume a direção

Atendi uma mulher que vivia com esse piloto automático. Sempre pronta, sempre alerta, sempre perfeita. Era uma líder brilhante, mas chegava em cada reunião como se estivesse prestes a ser atacada. Cada pausa era ameaça e cada e-mail, um possível julgamento.

Mesmo quando nada de errado acontecia, seu cérebro sussurrava: “fique atenta, você precisa provar que merece estar aqui.” Por fora, parecia força. Por dentro, era exaustão.

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Até que, um dia, ela me contou que, antes de entrar em uma reunião importante, fez uma pergunta diferente: “O que realmente importa pra mim nesse papel?”

Foi a primeira vez que ela não entrou para vencer, mas para contribuir. E, pela primeira vez, não sentiu que precisava controlar tudo.

Ela não só conduziu melhor a conversa — como se reconheceu de volta.

Emoção como dado, não como direção

Quando sua vida é regida pelas emoções, você não está no controle. É como viver no banco do passageiro. Você pensa: “Preciso dar 100%, ou vou falhar.” Surge a emoção: ansiedade, vergonha, culpa.

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E aí vem o comportamento: você refaz, procrastina, trava… até se esgotar. Mas existe outro caminho.

Quando você começa a viver guiado pelo que realmente importa, o pensamento até pode aparecer — “preciso dar 100%” —, mas você reconhece o padrão. Você para, respira, e se pergunta: “isso aqui é sobre o quê mesmo?”

Se for guiado pelo medo, a resposta vai ser: controle, aprovação, perfeição. Mas se estiver conectado com o que realmente importa, a resposta muda: presença, contribuição, conexão.

E então, o ciclo também muda…

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Pensamento: “Quero fazer o meu melhor.”
Emoção: ainda pode vir o medo, mas agora ele é só dado — não direção.
Comportamento: você entrega com intenção, não com exaustão.

Você não precisa apagar o medo, mas precisa escolher o que vai guiar.

Emoções difíceis

Viver com ousadia não é silenciar emoções difíceis. É escutá-las, acolhê-las e agir a partir daquilo que te representa. Não do que a ansiedade exige.

E isso começa com perguntas simples, mas transformadoras:

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O que eu quero representar aqui?
Que tipo de pessoa eu quero ser nessa situação?
O que eu faria agora se estivesse conectado com quem eu sou e não tentando provar o meu valor?

Você não precisa ter todas as respostas. Mas pode dar um passo hoje: trocar a urgência de agradar pela coragem de se escutar.

E quando a autocobrança voltar a gritar — porque ela vai —, respire e diga a si mesmo: “Eu não estou aqui pra ser perfeito. Estou aqui pra ser inteiro.”

Nos vemos semana que vem. Até lá, que tal experimentar essa nova bússola e dar um passo por você?

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