Quando a nacionalista Sanae Takaichi foi nomeada nesta terça-feira, 21, a primeira-ministra do Japão, após conquistar a vitória na votação parlamentar para escolha do cargo, sendo anteriormente eleita líder da legenda governista Partido Liberal Democrático (PLD), um detalhe chamou a atenção. É que Sanae estava rodeada apenas por figuras políticas masculinas no Parlamento japonês, quando foi anunciada sua vitória.
A realidade de uma sociedade extremamente machista se impõe nesses detalhes. O Japão ainda enfrenta um problema grave de inserção de mulheres na vida política do país. Mas, acredite, já foi bem pior.
A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão contava em 2014 com apenas 45 mulheres entre as 475 cadeiras. A quantidade representou um ligeiro aumento sobre as 38 da legislatura anterior. Dez anos depois, em 2024, um recorde: 73 mulheres foram eleitas para a Câmara Baixa nas eleições gerais, representando cerca de 16% dos membros da câmara. No entanto, a porcentagem permanece muito abaixo da média global de 27%. Um total de 314 mulheres concorreram à eleição, representando cerca de 23% dos candidatos. Embora tenha sido um recorde, ainda ficou aquém da meta do governo de ter 35% de mulheres entre os candidatos à Câmara dos Deputados até 2025, segundo informou o Japan Times à época.