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Uefa forma maioria e pode suspender Israel de campeonatos na próxima semana, diz jornal

A Uefa, entidade que rege o futebol na Europa, formou maioria no comitê executivo para suspender Israel em retaliação às suas operações militares na Faixa de Gaza, segundo o jornal britânico The Times. A união das federações europeias deve tomar sua decisão na próxima semana, de acordo com reportagem do veículo publicada nesta quinta-feira, 25.

O movimento ocorre depois de um painel de conselheiros das Nações Unidas solicitar que a Fifa e a Uefa suspendam Israel da Copa do Mundo e de competições como a Eurocopa e Liga Europa, após uma comissão de inquérito conduzida por especialistas independentes concluir que há um genocídio em curso em Gaza. O Times também já havia revelado no mês passado que vários clubes europeus levaram a pauta da suspensão à entidade, incluindo as seleções da Noruega e Itália, que estão no grupo de Israel nas classificatórias para o Mundial de 2026.

Movimentação

De acordo com o Times, a Uefa, da qual Israel é membro desde 1994, realizou discussões de alto nível nos últimos dias sobre as ações militares israelenses em Gaza e convocou uma reunião de emergência do comitê executivo para a semana que vem, a fim de colocar possíveis punições em votação. A grande maioria dos membros do comitê e das federações seria a favor da suspensão, segundo fontes consultadas pelo jornal.

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, é da Eslovênia, que nesta quinta-feira se tornou o primeiro país da União Europeia a impor uma proibição de viagem ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Se a suspensão for aprovada, a entidade colocará Israel no mesmo grupo da Rússia, que foi proibida de participar de competições europeias desde que invadiu a Ucrânia em 2022. Após o veto à seleção masculina russa em fevereiro daquele ano, a equipe foi removida dos play-offs para a Copa do Mundo do Catar, enquanto Portugal substituiu a seleção feminina do país na Eurocopa.

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Em agosto, a entidade do futebol europeu já havia organizado uma demonstração antiguerra na final da Supercopa. Na partida entre o Paris Saint-Germain e o Tottenham Hotspur, uma faixa foi erguida no campo com os dizeres: “Parem de Matar Crianças, Parem de Matar Civis”.

Uma declaração nesta semana do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas foi decisiva para que o protesto evoluísse para uma possível ação concreta, segundo o Times. O comunicado fez referência ao relatório da comissão de especialistas que estudou a guerra em Gaza e afirmou que a suspensão de Israel era a “resposta necessária para lidar com o genocídio em curso no território palestino ocupado”.

“O esporte deve rejeitar a percepção de que tudo continua como sempre. Entidades esportivas não devem fechar os olhos para graves violações de direitos humanos, especialmente quando suas plataformas são usadas para normalizar injustiças”, afirmou o texto. “Seleções nacionais que representam Estados que cometem violações massivas de direitos humanos podem, e devem, ser suspensas, como já aconteceu no passado.”

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Consequências

Se a Uefa seguir o caminho que se desenha, aumentaria a pressão sobre a Fifa para que seguisse o exemplo. Mas a entidade que rege o futebol mundial tem menos margem para ação devido à relação de amizade entre seu presidente, Gianni Infantino, e o presidente americano, Donald Trump, principal aliado de Netanyahu. Decerto, o republicano ficaria muito descontente se a Fifa suspendesse Israel antes da Copa do Mundo do ano próximo, que tem como sede os Estados Unidos, México e Canadá.

No entanto, mesmo que a Fifa não tome essa medida, a proibição da Uefa, na prática, impediria Israel de se classificar para a Copa de 2026. Embora as classificatórias sejam um evento da entidade global, é a comissão técnica da federação europeia quem administra e organiza as eliminatórias no continente.

Infantino pode até gostar dessa brecha. Além de não irritar Trump pessoalmente, dessa forma ele também cultiva os seus laços estreitos com países árabes, incluindo Arábia Saudita e Catar, simpáticos à causa palestina.

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O governo Trump manifestou oposição à suspensão de Israel que afetaria seu torneio. Um porta-voz do Departamento de Estado disse à emissora Sky News: “Trabalharemos para impedir totalmente qualquer tentativa de banir a seleção israelense de futebol da Copa do Mundo”.

Israel está em terceiro lugar no Grupo I das eliminatórias da Copa do Mundo, atrás dos líderes Noruega e Itália. A Federação Norueguesa de Futebol se comprometeu a doar todos os lucros da próxima partida contra a seleção israelense, em Oslo, no dia 11 de outubro, para levar ajuda humanitária em Gaza.

“Nem nós nem outras organizações podemos permanecer indiferentes ao sofrimento humanitário e aos ataques desproporcionais aos quais a população civil em Gaza vem sendo submetida há muito tempo”, declarou Lise Klaveness, presidente da federação norueguesa, no mês passado.

Além disso, o Aston Villa recebe no dia 6 de novembro pela Liga Europa a equipe Maccabi Tel Aviv, atualmente o único time israelense em uma competição de clubes na Europa. Na quarta-feira 24, quando jogou contra o PAOK, da Grécia, em Tessalônica, foi alvo de protestos.

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