O Parlamento Europeu votou em uma resolução nesta quinta-feira, 11, para aprovar a proposta da chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen, de suspender o um acordo comercial com Israel e aplicar sanções contra ministros extremistas do governo de Benjamin Netanyahu.
Aprovado com placar de 305 votos a 151, e 122 abstenções, o texto é mais simbólico do que efetivo, uma vez que aborda o anúncio e não a proposta de von der Leyen, que terá que ser apresentada posteriormente.
A resolução, e endossada pelo Partido Popular Europeu (PPE, a legenda de von der Leyen), inclui a palavra “genocídio”, mas de forma bastante descritiva e não com as próprias palavras, fazendo referência ao caso pendente no Tribunal Penal Internacional após a ação movida pela África do Sul.
Não se pode afirmar, portanto, que o Parlamento Europeu esteja argumentando que o cerco israelense à Faixa de Gaza esteja causando genocídio, ao menos por enquanto.
A proposta de resolução conjunta foi apresentada na quarta-feira 10, na tentativa de unir os sete grupos do legislativo europeu. Ou seja, todos os grupos parlamentares deram seu OK ao plano, exceto o Europa das Nações Soberanas — que inclui o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e pode ser considerado o mais radical de um Parlamento Europeu já fortemente inclinado à direita do espectro político.
Na terça-feira, von der Leyen apelou pela suspensão do comércio com Israel, citando a “dolorosa” incapacidade da Europa de encerrar a guerra na Faixa de Gaza. No discurso anual do Estado da União”, no Parlamento Europeu em Estrasburgo, ela também condenou o aumento de assentamentos judeus em território palestino e a incitação de ministros israelenses de extrema direita à violência numa “clara tentativa de minar a solução de dois Estados”.
A líder do braço executivo da UE planeja o congelamento do apoio bilateral a Israel, com exceção de fundos para grupos da sociedade civil e para o centro memorial do Holocausto Yad Vashem. A proposta apresentada nesta quinta no Parlamento Europeu foi para suspender o Acordo de Associação com Israel.
O anúncio ocorreu em meio a críticas à UE pela inação frente à catástrofe humanitária em Gaza, que enfrenta o mais grave cenário de fome. Mais de 64 mil palestinos foram mortos desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro de 2023 — entre eles, estão 361 mortos por fome e desnutrição, incluindo 130 crianças.