A Ucrânia, juntamente com outras nações europeias, irá apresentar uma versão revisada do plano de paz proposto pelos Estados Unidos nesta terça-feira, 9. O novo acordo deverá incluir novas garantias de segurança a Kiev e buscar evitar qualquer concessão territorial à Rússia – medida prevista no planejamento original de Washington.
O plano apresentado por Washington a Kiev originalmente continha 28 pontos, e incluía a cessão de territórios ucranianos a Moscou, incluindo partes que as forças russas não controlam, em troca de promessas na área de segurança — o que não incluía sua adesão à Otan. Inicialmente, a peça continha 28 pontos, tendo sido reduzida para 20 após reuniões entre representantes da Ucrânia e dos EUA.
Após reuniões entre representantes americanos e ucranianos, a peça foi reduzida para 20 pontos, que estão sendo modificados pela Ucrânia e seus aliados. “Vamos trabalhar nos 20 pontos. Não estamos totalmente satisfeitos com as propostas de nossos parceiros”, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky na segunda-feira, 8, após deixar uma reunião com os líderes da Inglaterra, França e Alemanha em Londres.
O encontro com o premiê britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Friedrich Merz foi apenas a primeira etapa da ‘turnê’ diplomática de Zelensky para tratar do assunto. Ainda na segunda, ele deixou Londres e se dirigiu a Bruxelas para conversar com o chefe da Otan, Mark Rutte e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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A procissão continua nesta terça, quando Zelensky se prepara para uma reunião com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, marcada para o início da tarde. Meloni apoia Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Segundo a BBC, o plano original apresentado pelos Estados Unidos propunha que a Ucrânia entregasse completamente o Donbass à Rússia, embora as forças de Moscou não tenham conseguido capturar a totalidade da região ao longo dos quase quatro anos de guerra. A proposta também prevê que a energia da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, seja dividida entre Moscou e Kiev.
Zelenksy afirmou que nenhum ponto ‘pró-ucraniano’ foi removido da proposta inicial – embora nenhum compromisso tenha sido firmado em relação à questão territorial. O presidente tem insistido que não possui direito legal para conceder qualquer território, e que possíveis alterações devem ser autorizadas por um referendo público.