O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se prepara para anunciar nesta segunda-feira, 14, um novo fornecimento de armas à Ucrânia em meio à visita do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, informou o jornal americano The New York Times. A remessa, que incluirá baterias de defesa antimísseis Patriot mais avançadas, será custeada por Estados-membros da principal aliança militar ocidental.
O anúncio é um indício da deterioração das relações entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de quem tinha se aproximado desde o retorno à Casa Branca, em 20 de janeiro. No domingo, 13, o republicano renovou as críticas ao chefe do Kremlin e disse que enviaria “Patriots, dos quais eles (Ucrânia) precisam desesperadamente, porque Putin realmente surpreendeu muita gente”.
“Ele fala bonito e depois bombardeia todo mundo à noite. Mas há um probleminha aí. Eu não gosto disso”, afirmou ele a repórteres na Base Conjunta Andrews, perto de Washington.
Em paralelo às declarações de Trump, Rutte tem coordenado a compra o envio de armas americanas por outros países da Otan à Ucrânia — muito em razão das sinalizações do republicano de que não estava disposto a oferecer uma ajuda direta a Kiev. Ele ainda não bloqueou o pacote de ajuda autorizado pelo Congresso no governo do ex-presidente Joe Biden. Espera-se que o dinheiro acabe até o fim de setembro.
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Enviado à Ucrânia
O enviado de Trump, Keith Kellogg, visitou a Ucrânia nesta segunda-feira, 14, para conversas sobre garantias de segurança e sanções dos Estados Unidos contra a Rússia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniu com ele na capital.
“Tivemos uma conversa produtiva”, escreveu Zelensky no X (antigo Twitter). “Discutimos o caminho para a paz e o que podemos fazer juntos, na prática, para deixar esse horizonte mais próximo. Isso inclui o reforço da defesa aérea da Ucrânia, a produção conjunta e a aquisição de armas de defesa em colaboração com a Europa. E, claro, sanções contra a Rússia e seus aliados.”
E completou: “Esperamos que os Estados Unidos tomem a dianteira, pois é evidente que Moscovo não se deterá a não ser que as suas ambições irracionais sejam contidas pela força.”
Ao mesmo tempo, congressistas americanos estão trabalhando num projeto de lei bipartidário que imporia sanções severas à Rússia. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, visita Washington nesta segunda-feira, e se espera que participe de negociações com os legisladores.