Por ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o retrato oficial do ex-presidente Barack Obama deixou de ocupar posição de destaque na Casa Branca. De acordo com a emissora americana CNN, a obra, que antes ficava no saguão principal, foi deslocada para o topo de uma escadaria isolada e restrita a membros da primeira-família, agentes do Serviço Secreto e poucos funcionários da residência. Os quadros do ex-presidente George W. Bush e de seu pai, George H. W. Bush, também foram removidos do local.
A mudança rompe com uma prática mantida desde a década de 1960, que reserva o espaço mais nobre da Casa Branca aos presidentes mais recentes, em área visível para convidados e turistas que passam pelo prédio diariamente. O quadro do ex-presidente Joe Biden ainda não foi concluído.
Não é a primeira vez que a pintura de Obama é reposicionada. Em abril, o retrato foi movido para o Hall de entrada da Casa Branca e substituído por uma pintura que retrata Trump sobrevivendo a uma tentativa de assassinato em Butler, Pensilvânia.
A tradição formal dos retratos presidenciais foi estabelecida no início dos anos 1960 pela primeira-dama Jacqueline Kennedy, com financiamento privado da Associação Histórica da Casa Branca. Antes disso, a política era “desorganizada”, segundo a ex-curadora Betty Monkman, com quadros financiados pelo Congresso, por amigos ou pelo próprio presidente. No modelo atual, os retratos são revelados em cerimônias que reúnem antecessores, familiares e ex-integrantes da Casa Branca.
A reorganização das obras ocorre em um momento em que as tensões entre Trump e Obama aumentam. Nos últimos meses, o republicano acusou seu antecessor e membros do governo democrata de cometerem traição durante a eleição de 2016 — alegação que levou a uma rara reação de Obama, que classificou as acusações como “ultrajantes”, “bizarras” e “uma tentativa fraca de distração”.
Pouco depois, a procuradora-geral Pamela Bondi ordenou a abertura de um inquérito sobre as alegações de que funcionários do governo Obama fabricaram informações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.
As tensões com a família Bush também são antigas. George H. W. Bush, que morreu em 2018, chamou Trump de “fanfarrão” e declarou voto em Hillary Clinton em 2016. Já George W. Bush, criticado por Trump como “fracassado e pouco inspirador”, esteve presente na posse presidencial de 2025, mas se ausentou do almoço oficial.
Durante seu primeiro mandato, Trump já havia substituído os retratos de Bill Clinton e George W. Bush no Grand Foyer por pinturas de William McKinley e Theodore Roosevelt.