O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou dúvidas sobre a realização de uma reunião bilateral com o líder chinês Xi Jinping, inicialmente prevista para acontecer durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), marcada para 31 de outubro a 1º de novembro, na Coreia do Sul.
Durante discurso na Casa Branca, Trump afirmou que se encontraria com Xi em “algumas semanas”, mas, minutos depois, relativizou o compromisso: “talvez uma reunião com Xi não aconteça”. A ambivalência do mandatário reforça o clima de incerteza que tem permeado as relações comerciais entre as duas maiores economias do planeta desde o início de sua administração.
O republicano, contudo, reiterou que mantém “ótima relação” com Xi e expressou desejo de que a China alcance um acordo “bom para eles, mas justo para nós”. Ao mesmo tempo, voltou a enfatizar a necessidade de tarifas como instrumento de “segurança nacional”, destacando que a arrecadação resultante poderia ser usada para reduzir a dívida americana.
Nos últimos meses, Washington e Pequim se viram presos em um ciclo de retórica e medidas retaliatórias. Na semana passada, Trump ameaçou cancelar o encontro e dobrar tarifas sobre produtos chineses após Pequim anunciar novos controles sobre exportações de terras raras, insumo crítico para indústrias de alta tecnologia. Agora, o presidente sinaliza a possibilidade de aplicar uma sobretaxa de 155% a partir de 1º de novembro caso um acordo não seja alcançado.
A cúpula da Apec, que deveria servir como palco de reconciliação, agora se apresenta mais como uma incógnita estratégica, cujo desfecho depende da próxima reviravolta na diplomacia americana.