O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta segunda-feira, 11, que estendeu a trégua tarifária com a China por mais 90 dias, disse uma autoridade da Casa Branca à agência de notícias Reuters. A pausa nos impostos estava prestes a expirar, com prazo anterior estabelecido para esta terça-feira, 12.
A movimentação ocorre após o republicano afirmar a repórteres nesta segunda que os EUA têm “lidado muito bem com a China”, justificando: “Como vocês provavelmente já ouviram, eles estão pagando tarifas tremendas aos Estados Unidos da América”. Com o acordo tarifário, os dois países abrandaram a guerra tarifária: as taxas americanas sobre as importações chinesas despencaram de 145% para 30%, enquanto os impostos chineses sobre os produtos americanos caíram de 125% para 10%.
No anúncio do acordo, em maio, EUA e China reconheceram “a importância da relação bilateral” para ambos os países e para a “economia global”. Eles também concordaram em estabelecer “um mecanismo para continuar as discussões sobre relações econômicas e de comércio”. No final de julho, representantes dos dois lados voltaram a se reunir em Estocolmo, na Suécia, mas não houve anúncio sobre a prorrogação da pausa nas hostilidades tarifárias.
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Economia da China
A economia chinesa superou ligeiramente as previsões e cresceu 5,2% no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, informou o Escritório Nacional de Estatística no mês passado. A consultoria chinesa Wind apontava expectativa de 5,17%, e a agência de notícias Reuters, 5,1%. Os dados mostram que, pelo menos até junho, a China conseguiu resistir ao impacto do tarifaço do governo Trump, embora seja difícil a manutenção do ritmo na segunda metade do ano.
O resultado deste período já representa um abrandamento face ao avanço de 5,4% no primeiro trimestre (embora mantenha a economia chinesa em linha com o objetivo final de crescimento de 5% no total de 2025). O gigante asiático tem um modelo de crescimento fortemente baseado nas suas exportações. Um cenário de guerra comercial mundial pode limitar a capacidade da China prolongar o seu ciclo de crescimento. Mesmo com uma trégua entre Pequim e Washington, teme-se um abrandamento das exportações chinesas.