Enquanto os Estados Unidos se movimentam para reduzir a dependência da China em terras raras, que hoje domina quase todo o fornecimento global desses minerais, o olhar de Washington se volta para o Brasil. A conversa prevista entre os dois países nesta quinta-feira, 16, promete aquecer ainda mais o tema.
O assunto é antigo. Em 2011, durante o segundo mandato de Lula, um estudo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) já alertava o governo sobre o potencial estratégico das terras raras brasileiras. À época, o documento elaborado sob a presidência de Reginaldo Arcuri apontava o crescente interesse internacional no tema e destacava o risco da dependência global da China, que já controlava a maior parte da cadeia produtiva.
Quase quinze anos após o alerta, os Estados Unidos intensificaram a busca por parceiros alternativos à China, e o Brasil, que possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, voltou ao radar. Mas, apesar do potencial expressivo, o Brasil ainda corresponde a apenas 0,02% da produção mundial. “Existia uma movimentação em busca de situar o país no âmbito do mercado de terras-raras com apoio de entidades como BNDES e FINEP. Para alcançar uma posição de grande importância no mercado mundial de terras-raras, é preciso investir na indústria e, principalmente, em projetos de P&D e em capacitação especializada nas áreas que envolvem a cadeia produtiva de ímãs de terras-raras, que se encontra praticamente desativada”, afirma Reginaldo Arcuri.