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Trump insinua que vai punir Canadá com tarifas por reconhecimento da Palestina

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu a entender que a guerra comercial com o Canadá chegou a níveis mais belicosos nesta quinta-feira, 31, um dia antes do prazo que o americano havia dado para países ao redor do mundo fecharem acordos com Washington – eu tornarem-se alvos de um tarifaço. O chefe da Casa Branca afirmou que seria “muito difícil” fechar um acordo com Ottawa após o governo canadense anunciar que vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina.

Trump deve impor uma tarifa de 35% sobre todos os produtos canadenses não cobertos pelo acordo comercial EUA-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês) se não for possível fechar um acordo bilateral até o prazo de 1º de agosto.

“Uau! O Canadá acaba de anunciar que apoia a criação de um Estado palestino. Isso tornará muito difícil para nós fecharmos um acordo comercial com eles”, disse Trump em sua rede social, a Truth Social.

Anteriormente, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, havia afirmado que as negociações com Washington foram construtivas, mas que o processo diplomático poderia não ser concluído até a data limite. As conversas entre os dois países estão em uma fase intensa, ele acrescentou, mas admitiu que um acordo que remova todas as tarifas americanas é improvável.

Relação comercial intensa

O Canadá é o segundo maior parceiro comercial dos Estados Unidos, depois do México, e o maior comprador de exportações americanas. O país comprou US$ 349,4 bilhões (cerca de R$ 1,95 trilhões) em produtos americanos no ano passado e exportou US$ 412,7 bilhões (R$ 2,3 trilhões) para o vizinho, segundo dados do Departamento do Censo americano.

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Ottawa também é o principal fornecedor de aço e alumínio para Washington e já enfrenta tarifas sobre metais e exportações de veículos.

No mês passado, o governo Carney descartou planos de implementar um imposto sobre serviços digitais, que afetaria empresas de tecnologia americanas. Esse havia sido o motivo porque Trump interrompeu abruptamente as negociações comerciais com os canadenses, alegando que o imposto era um “ataque flagrante”.

Reconhecimento da Palestina

Carney seguiu o exemplo da França e do Reino Unido ao afirmar na quarta-feira 30 que seu país planeja reconhecer o Estado da Palestina em uma reunião das Nações Unidas em setembro. Ao anunciar a decisão, o premiê canadense falou sobre a realidade local, incluindo a fome em Gaza.

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“O Canadá condena o fato de o governo israelense ter permitido que uma catástrofe se desenrolasse em Gaza”, disse ele.

Israel e os Estados Unidos, o aliado mais próximo de Israel, rejeitaram os comentários de Carney.

A tendência reflete uma mudança significativa no posicionamento diplomático do Ocidente, que até recentemente evitava se comprometer com um reconhecimento unilateral. Atualmente, mais de 140 países já reconhecem o Estado palestino, entre eles o Brasil, a China, a Índia e a maior parte das nações do Sul Global.

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