A três dias do prazo dado ao presidente russo, Vladimir Putin, para aceitar um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou por telefone nesta terça-feira, 5, com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. Segundo autoridades de Kiev, a ligação tratou de pressão diplomática e econômica que Washington pretende intensificar caso Moscou não ceda.
Se Vladimir Putin não aceitar encerrar as hostilidades até sexta-feira, 8, Washington promete adotar novas sanções “severas”, com tarifas de até 100% a Moscou — as primeiras desde o retorno de Trump à Casa Branca.
O telefonema ocorreu na véspera da missão do enviado especial americano, Steve Witkoff, que será recebido em Moscou em um encontro solicitado pelo próprio Kremlin. A visita acontece mais de três meses após o último contato direto entre Trump e Putin.
Durante a conversa, Trump e Zelensky discutiram restringir as vendas de petróleo russo para grandes compradores, como Índia e China, medida que, segundo um funcionário ucraniano, poderia aumentar a pressão econômica sobre o Kremlin. “Foi uma ótima conversa. Estados Unidos e Ucrânia estão alinhados e no caminho certo agora”, disse a fonte ao jornal ucraniano Kyiv Post.
Em publicação na rede X (antigo Twitter), Zelensky afirmou que o diálogo abordou tanto o andamento da guerra quanto novas sanções para enfraquecer Moscou. “Coordenamos nossas posições e trocamos avaliações da situação. O presidente Trump está totalmente informado sobre os ataques russos em Kiev e outras cidades”, escreveu. O mais recente bombardeio contra a capital, na última quinta-feira, foi o mais mortal até agora: 31 mortos e mais de 150 feridos.
Zelensky ressaltou que as potenciais sanções podem ter impacto significativo. “A economia russa continua em declínio, e é exatamente por isso que Moscou está tão sensível a essa perspectiva e à determinação do presidente Trump. Isso pode mudar muita coisa”, disse ele.
Além das medidas econômicas, os dois presidentes trataram de iniciativas militares, incluindo um programa financiado por países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que prevê mais de US$ 1 bilhão para entrega de armamentos americanos à Ucrânia, bem como um projeto conjunto para produção de drones em território ucraniano, que aguarda assinatura de um acordo com Washington.
