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Trump dobra a aposta contra a China, mas acena para nova rodada de negociações

A retórica tarifária de Donald Trump voltou a sacudir os mercados nesta segunda-feira, 20. O presidente dos Estados Unidos ameaçou impor tarifas de 155% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, caso Pequim e Washington não cheguem a um novo acordo comercial. O anúncio, feito em meio à preparação de uma possível visita à China no início de 2026, representa mais um capítulo da disputa entre as duas maiores economias do planeta.

Apesar do tom agressivo, Trump procurou equilibrar a mensagem com acenos diplomáticos. Disse que a China tem sido “respeitosa” e que espera “um acordo justo”. O republicano confirmou ainda que deve se reunir com o presidente Xi Jinping nas próximas semanas, durante um encontro multilateral na Coreia do Sul. Segundo assessores da Casa Branca, as conversas devem girar em torno de minerais críticos e cadeias de semicondutores, setores vistos como estratégicos para a segurança industrial e tecnológica dos EUA.

A ameaça ocorre apenas dois dias depois de Pequim aceitar “retomar as conversas o mais rápido possível”, em resposta à tarifa de 100% já imposta por Washington sobre uma lista de produtos chineses de alta tecnologia. A estratégia de Trump ecoa o modelo que marca sua gestão: pressão máxima para forçar concessões comerciais. Desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro, o presidente tem buscado “acordos justos e recíprocos” com diversos parceiros, entre eles o Brasil, que retomou negociações bilaterais após o encontro entre o chanceler Marco Vieira e o senador Marco Rubio, encarregado da frente comercial americana no Senado.

A Casa Branca aposta que uma China mais vulnerável, diante do crescimento econômico em desaceleração e de restrições sobre o setor tecnológico, acabará cedendo. Mas em Pequim o cálculo é outro. O governo de Xi vê as ameaças tarifárias como uma tentativa de limitar a modernização industrial chinesa. Na semana passada, o Ministério do Comércio anunciou novas regras para a exportação de produtos que contenham terras raras.

A viagem de Trump à Ásia, prevista para as próximas semanas, será o primeiro grande teste de sua nova política comercial. O resultado pode definir se o mundo caminha para uma trégua pragmática, ou para uma nova guerra comercial em larga escala, agora centrada não apenas em tarifas, mas no controle das tecnologias que moldarão o futuro econômico global.

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