O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo 3 que seu enviado especial, Steve Witkoff, visitará a Rússia nesta semana para continuar as negociações sobre a guerra na Ucrânia.
Em declaração a repórteres na noite passada, Trump afirmou: “Acho que (Witkoff viajará) na próxima semana, na quarta ou quinta-feira”.
Questionado sobre o que a Rússia poderia fazer para evitar sanções iminentes, o presidente americano respondeu que o único caminho seria “chegar a um acordo em que pessoas parem de ser mortas” na guerra. Na semana passada, ele reduziu de 60 para “dez a doze dias” o prazo do ultimato para o governo russo mostrar avanços nas negociações, ameaçando impor “tarifas muito severas” ao país.
Trump também comunicou que ordenou o envio de dois submarinos nucleares para perto da Rússia – que segundo ele estão agora “na região” – após um bate-boca nas redes sociais com o ex-presidente russo Dmitry Medvedev. Ele não especificou se estava se referindo a submarinos com propulsão nuclear ou com armas nucleares, e também não disse os locais exatos de implantação, que são mantidos em segredo pelas Forças Armadas dos Estados Unidos.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que aguarda com expectativa a visita de Witkoff no final desta semana, considerando-a “importante, substancial e útil”. Ele disse a repórteres que um encontro entre o enviado americano e o presidente russo, Vladimir Putin, era uma opção, uma vez que os dois já fizeram reuniões no passado.
Trocas de ataques
Seus comentários mais recentes vieram após o líder americano ter descrito as ações da Rússia na guerra contra a Ucrânia como “repugnantes”, após lançamentos de mísseis e drones à capital, Kiev, atingirem um prédio residencial na última quinta-feira, matando 31 pessoas. O bombardeio coroou julho como o mês recorde de ataques de longo alcance contra território ucraniano – um total de 6.297 projéteis lançados, o que representa um aumento de 14 vezes em relação a julho de 2024.
A Ucrânia aguarda ansiosamente o recebimento de um sistema de defesa Patriot, de fabricação americana, que Trump prometeu que será entregue (embora com financiamento dos aliados europeus da Ucrânia, e não do governo dos Estados Unidos).
Enquanto isso, as forças ucranianas também continuaram a lançar seus próprios ataques à Rússia. No domingo 3, disparos com drones mataram três pessoas em todo o país e causaram um grande incêndio em uma refinaria de petróleo. Na manhã desta segunda-feira, 4, ofensiva semelhante deixou uma estação ferroviária na região russa de Volgogrado em chamas, informou a administração regional no aplicativo de mensagens Telegram.
+ ‘Mão Morta’: a arma nuclear apocalíptica que aliado de Putin ameaçou usar contra Trump
Em meio aos combates ativos, autoridades russas e ucranianas realizaram diversas reuniões nos últimos meses em Istambul, na Turquia. A última rodada de conversas fez pouco em termos de avançar em direção a um acordo de paz, mas garantiu a troca de 1.200 prisioneiros, anunciou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no domingo.
Witkoff, não um diplomata, mas um magnata do mercado imobiliário e amigo pessoal de Trump, já se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, diversas vezes em Moscou. Como enviado especial para o Oriente Médio, ele também é o representante do governo americano nas negociações entre Israel e o Hamas, que o levaram a visitar Tel Aviv, Israel, no último sábado 2, onde se encontrou com as famílias dos prisioneiros mantidos em Gaza.