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Trump distribui cartas com tarifas e renova ameaça ao Brics

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que ao menos sete países devem receber cartas especificando as novas tarifas às quais estarão sujeitos nesta quarta-feira, 9. Segundo ele, não haverá mais adiamento da entrada em vigor das taxas, aumentando a pressão para que parceiros comerciais fechem acordos bilaterais com Washington para evitar a punição antes do prazo de 1º de agosto.

O anúncio ocorreu após o líder americano prometer aplicar uma alíquota de 10% sobre as importações do Brics, grupo das principais economias emergentes, revelar planos para uma tarifa de 50% sobre as importações de cobre e ameaçar uma taxa massiva de 200% sobre produtos farmacêuticos, aumentando a incerteza nos mercados globais.

Nesta manhã de quarta, “no mínimo sete” avisos tarifários serão enviados, afirmou Trump nas redes na véspera, acrescentando que “um número adicional de países” receberia cartas pela tarde. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse à emissora americana CNBC na que de quinze a vinte cartas detalhando tarifas devem ser despachadas nos próximos dois dias.

A Casa Branca emitiu na segunda-feira sua primeira leva de cartas para catorze países, incluindo Japão, Coreia do Sul e África do Sul. As tarifas estão, em sua maioria, em linha com as anunciadas em abril. Trump também assinou um decreto adiando oficialmente a data de implementação do tarifaço – de 9 de julho para 1º de agosto –, aparentemente permitindo mais algumas semanas para negociações, mas reiterou que não haverá mais prorrogação do prazo.

“Todo o dinheiro será devido e pagável a partir de 1º de agosto de 2025 – nenhuma prorrogação será concedida”, publicou ele na Truth Social, sua rede social. Isso marcou uma mudança de tom em relação aos seus comentários do dia anterior, de que 1º de agosto era uma data “firme”, mas também “não 100% firme”.

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A nova rodada de taxação vem após ele anunciar, em 2 de abril, as chamadas tarifas “recíprocas”, visando dezenas de parceiros comerciais. Posteriormente, ele suspendeu o tarifaço por 90 dias para negociações. Até o momento, apenas o Reino Unido e o Vietnã chegaram a acordos-quadro com os Estados Unidos, enquanto a China concordou com uma trégua comercial até 12 de agosto. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na quarta-feira que a UE está “trabalhando em estreita colaboração” e de “boa-fé” com o governo Trump para chegar a um acordo.

Brics na mira

Em reunião de gabinete na Casa Branca na terça-feira, Trump renovou o desejo de taxar em 10% todas as importações do Brics, que inclui os membros originais Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e agora também Egito, Etiópia, Indonésia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O grupo também conta com dez países “parceiros”, que não chegam a ser membros plenos, incluindo o Vietnã.

“Se eles forem membros do Brics, terão que pagar uma tarifa de 10%, só por isso – e aí não serão membros por muito tempo”, disse o presidente dos Estados Unidos.

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Trump explicou que a ameaça tarifária ao Brics era motivada pelo desejo de proteger o dólar americano de potenciais ameaças à sua dominância. Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou a ideia de uma moeda do Brics, embora o tema não tenha sido o foco do grupo desde então.

“O Brics foi criado para nos prejudicar, o Brics foi criado para degenerar nosso dólar e tirar nosso dólar, tirá-lo do papel de referência”, disse o americano, acrescentando que perder o dólar como moeda de reserva mundial seria tão prejudicial quanto “perder uma guerra, uma grande guerra mundial”.

Foi uma expansão de uma vaga ameaça que ele havia lançado na noite de domingo 6, sobre impor uma tarifa adicional de 10% aos países “que se alinhassem com as políticas antiamericanas do Brics”.

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