O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participará nesta quarta-feira, 13, de uma cúpula virtual com aliados europeus da Ucrânia, dois dias antes da reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca. Organizado pelo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, o encontro abordará formas de aumentar a pressão contra o governo russo, questões relacionadas aos territórios ucranianos que foram capturados e negociações de paz, informou um porta-voz do governo alemão ao site de notícias americano Politico.
O encontro europeu terá início às 14h no horário da Alemanha (9h em Brasília) com discussão de uma hora incluindo líderes da Alemanha, Finlândia, França, Reino Unido, Itália, Polônia, além dos presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, também participarão da abertura.
Às 15h (10h em Brasília), haverá um debate de uma hora com Trump. De um lado, estarão os líderes europeus e Zelensky; do outro, o presidente dos EUA e seu vice, J.D. Vance. A chamada terminará com uma ligação conjunta, organizada pela Alemanha, Reino Unido e França, da coalizão de apoiadores militares da Ucrânia a partir de 16h30 (11h30).
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Aumento das tensões
Antes do encontro no Alasca na sexta-feira, Trump sugeriu que um acordo de paz poderia incluir “alguma troca de territórios”, embora não haja sinal de que a Rússia está disposta a oferecer qualquer coisa na barganha. Ele também prometeu dar um ultimato a Moscou, adiantando: “Vou falar com Vladimir Putin e vou dizer a ele: você precisa acabar com esta guerra. Você precisa acabar com ela”.
Merz e outros aliados da Ucrânia pressionam Putin a concordar com um cessar-fogo antes de negociações avançadas sobre o fim da guerra, que avança para o seu quarto ano. Eles também exigem que qualquer concessão territorial tenha o aval de Kiev, além de instarem que sejam estabelecidas garantias de segurança à Ucrânia para coibir novas invasões ao país no futuro.
O chanceler conversou com o republicano por telefonema no domingo, 10, quando apelou a Trump para que suba o tom com Putin. Após o bate-papo, Merz disse que é inaceitável “que questões territoriais entre a Rússia e a América sejam discutidas ou mesmo decididas sobre as cabeças dos europeus, sobre as cabeças dos ucranianos”, em referência à bilateral no Alasca, acrescentando: “Putin só age sob pressão”.
Putin demanda que Kiev concorde em ceder as quatro regiões ucranianas anexadas por ele há quase três anos — Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson –, além da Crimeia, tomada ilegalmente em 2014. Ele também exige que a Ucrânia adote status de neutralidade, no qual seria impedida a se aliar a outros países, e abandone a pretensão de aderir à Otan. Zelensky, em contrapartida, rejeita qualquer proposta que fira a soberania ucraniana e demanda que as tratativas, a princípio, só abordem a pausa das hostilidades nas linhas de frente.