O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que nenhuma tropa americana será enviada à Ucrânia como parte das garantias de segurança exigidas por Kiev para um possível acordo de paz com a Rússia. No entanto, em declaração nesta terça-feira, 19, à Fox News, o mandatário disse estar disposto a fornecer apoio aéreo.
“Estamos dispostos a ajudá-los, provavelmente por via aérea, já que ninguém mais tem o tipo de equipamento que temos”, afirmou Trump. De acordo com o presidente, os países europeus serão responsáveis por liderar os esforços de segurança, de modo a evitar novas incursões de Moscou.
As discussões sobre a proteção da Ucrânia no pós-guerra ganharam protagonismo ao longo de toda a negociação para o encerramento do conflito. Para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, as garantias de defesa são imprescindíveis para que qualquer acordo seja estabelecido.
No entanto, Washington sempre evitou estabelecer qualquer compromisso nesse sentido. A declaração desta terça foi a primeira manifestação pública de que os Estados Unidos poderiam se envolver na proteção do país após o fim do conflito, seguindo encontro de Trump com líderes europeus na segunda-feira, 18.
Por muito tempo se ventilou a possibilidade de que a Ucrânia entrasse para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) devido à proteção prevista no Artigo 5 na carta de fundação da entidade, que estabelece a obrigatoriedade de defesa mútua por parte dos membros. O presidente fez questão de afastar qualquer possibilidade relacionada a essa questão.
“Haverá algum tipo de segurança. Mas não da OTAN, porque isso é algo que nunca, jamais acontecerá”, declarou Trump.
Entre as possibilidades deliberadas na cúpula de Washington, está a compra massiva de armas americanas por países europeus, proposta por Zelensky. Cerca de 90 bilhões de dólares seriam gastos pela Europa para garantir a integridade territorial de Kiev. Em contrapartida, os EUA deveriam importar drones da Ucrânia.
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