O ex-presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira, 17, que concedeu perdão ao ex-deputado filho de brasileiros George Santos, que cumpria uma pena de sete anos por acusações de fraude.
“George Santos era, de certa forma, um ‘fora da lei’, mas há muitos fora da lei em nosso país que não são obrigados a cumprir sete anos de prisão”, escreveu Trump na rede Truth Social. “George passou longos períodos em confinamento solitário e, segundo relatos, foi terrivelmente maltratado. Portanto, acabei de assinar um perdão, liberando George Santos da prisão IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George, tenha uma ótima vida.”
Santos cumpria pena na Instituição Correcional Federal em Fairton, no sul de Nova Jersey.
Relembre o caso
Santos foi condenado pela Justiça americana após confessar ser culpado de fraude eletrônica federal e roubo de identidade. Investigações revelaram que ele usou identidades falsas, incluindo de familiares, e enganou doadores para juntar recursos ilícitos à sua campanha federal. O republicano chegou a aplicar um esquema de cartão de crédito para roubar doadores idosos e com deficiência cognitiva.
Documentos divulgados pelo Comitê de Ética da Câmara dos Deputados americana apontam que os recursos captados pelo ex-congressista foram usados para adquirir itens de luxo e pagar aluguéis e outras acomodações nos Hamptons, as vilas de luxo na costa nova-iorquina, e em Atlantic City, conhecida por seus vários cassinos. Segundo os promotores, ele “zombou” do sistema eleitoral e usou uma “biografia totalmente fictícia” para enriquecer e capturar um dos cargos mais altos.
“A partir do momento em que declarou sua candidatura ao Congresso, Santos usou sua campanha para enriquecimento próprio”, disse o procurador americano John Durham após a sentença. “Ele fez isso visando contribuintes específicos. Santos os via como alvos fáceis e os tornava vítimas de sua fraude”.
Após a sentença, Santos pediu clemência e leu uma declaração no tribunal, admitindo trair as instituições e seus apoiadores. Momentos depois, ele postou uma longa declaração no X (antigo Twitter), onde disse que “7 anos é uma sentença politicamente motivada”.
Santos se destacou nas eleições americanas de 2022, ajudando o Partido Republicano a ter maioria na Câmara. No entanto, logo após ser empossado, viu uma série de acusações surgirem. As primeiras vieram em maio de 2023, com novas surgindo em outubro. Sua má conduta levou à formulação de um relatório de 56 páginas pelo Comitê de Ética da Câmara. Semanas após isso, o filho de brasileiros foi removido do Congresso. Ele foi o sexto membro da Câmara a ser expulso na história americana.