O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou neste sábado, 4, o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, no estado de Illinois. A decisão vem em meio a protestos e a embates da administração Trump com o Poder Judiciário, além de governadores e prefeitos.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, o envio de homens tem como objetivo “proteger agentes e bens federais” em meio a “tumultos violentos”.
“Em meio a tumultos violentos e à ilegalidade em curso, que líderes locais como [o governador de Illinois, JB] Pritzker, se recusaram a reprimir, o presidente Trump autorizou 300 guardas nacionais a proteger agentes e bens federais”, disse Jackson à CNN americana. “O presidente Trump não fechará os olhos para a ilegalidade que assola as cidades americanas”, prosseguiu.
O governador de Illinois, por outro lado, afirmou ter recebido um “ultimato” do governo Trump para acionar a Guarda Nacional e classificou o ato como “ultrajante” e “antiamericano”.
“Esta manhã, o Departamento de Guerra do governo Trump me deu um ultimato: convoque suas tropas, ou nós o faremos”, disse Pritzker no sábado, 4. “É absolutamente ultrajante e antiamericano exigir que um governador envie tropas militares para dentro de nossas próprias fronteiras e contra a nossa vontade”, declarou o mandatário.
As tensões em torno dos protestos anti ICE (o órgão de imigração americano) aumentaram no início do sábado após agentes da Alfândega e Proteção terem atirado em uma mulher armada que bateu em um veículo policial, segundo o Departamento de Segurança Interna. De acordo com o órgão, a mulher, que é uma cidadã americana, foi levada a um hospital.
Disputa
Também no sábado, 4, uma juíza bloqueou temporariamente outra decisão de Trump, desta vez de enviar 200 soldados da Guarda Nacional para Portland, no estado do Oregon, na costa oeste. A cidade tem sido palco de recorrentes protestos contra a detenção de imigrantes ilegais.
A justificativa de Trump é que o envio de militares teria como objetivo regularizar a situação em cidades “sem lei”. O governador do Oregon, no entanto, acionou a Justiça alegando que o republicano “superestimou” a ameaça dos protestos para querer enviar as tropas.
