Donald Trump lançou um alerta contundente ao Hamas, afirmando que o grupo militante palestino enfrentará uma “obliteração completa” caso se recuse a abrir mão do poder e do controle de Gaza. Em entrevista à CNN, o presidente dos Estados Unidos reiterou que a pressão sobre o Hamas é decisiva para o avanço de qualquer negociação de cessar-fogo na região.
Questionado sobre o apoio de seu aliado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, para interromper os ataques em Gaza, Trump respondeu de forma categórica: “Sim”, indicando alinhamento total com a liderança israelense na condução do conflito. O líder americano acrescentou ainda que espera ter em breve uma resposta clara sobre o comprometimento do Hamas com a paz e a implementação de seu plano, que envolve condições rigorosas e imediatas para a estabilização da região.
Plano Americano
O plano de Trump estabelece que o Hamas deve devolver todos os 48 reféns detidos — cerca de 20 deles ainda considerados vivos por Israel —, renunciar ao poder e se desarmar. Em troca, Israel se comprometeria a liberar centenas de prisioneiros palestinos e encerrar os bombardeios sobre Gaza.
Apesar de ter sido aceito por Netanyahu, o plano não prevê qualquer avanço em direção à criação de um Estado palestino, mantendo a questão da soberania fora do escopo imediato das negociações. Até agora, o Hamas aceitou apenas três pontos: a libertação de todos os reféns, a entrega do poder e a retirada das tropas israelenses do território. O restante do acordo, segundo o grupo, precisará ser discutido com outras facções palestinas, configurando uma “posição nacional coletiva” que ainda demanda diálogo e negociações mais detalhadas.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, reforçou a necessidade de uma suspensão dos ataques israelenses para viabilizar a libertação segura dos reféns. Em entrevista à CBS, ele afirmou que “não é possível realizar a troca de reféns em meio a bombardeios”, e destacou que a prioridade imediata é a liberação de todos os detidos em troca do recuo de Israel para a chamada “linha amarela”, posição militar estabelecida no território de Gaza em meados de agosto.
Rubio descreveu a segunda fase do plano como ainda mais complexa, envolvendo a criação de uma liderança palestina tecnocrática que não seja vinculada ao Hamas, o desarmamento de grupos militantes e a construção de mecanismos para impedir ataques futuros. “Todo esse trabalho será difícil, mas é crítico, porque sem isso não haverá paz duradoura”, acrescentou.
Enquanto isso, os preparativos para as negociações de cessar-fogo avançam no Egito, onde representantes do Hamas e da comunidade internacional se reúnem para detalhar a logística da libertação dos reféns e discutir os próximos passos do acordo. Segundo Rubio, o progresso nas conversas permitirá avaliar rapidamente se o Hamas está realmente comprometido com a paz ou se haverá necessidade de medidas adicionais para pressionar o grupo a cumprir os termos do plano americano.
No momento…
A situação permanece tensa, com relatos de pelo menos 16 mortos em ataques israelenses em Gaza desde o início do domingo, 5. O cenário demonstra a urgência de um cessar-fogo e a complexidade das negociações, que não envolvem apenas a questão humanitária da libertação de reféns, mas também decisões estratégicas sobre a governança de Gaza, o desarmamento de grupos militantes e a estabilidade de toda a região.
A pressão internacional, liderada pelos Estados Unidos, coloca o Hamas em um dilema crítico: aceitar o plano de Trump e abrir caminho para negociações futuras ou enfrentar a ameaça explícita de “obliteração completa” anunciada pelo presidente americano, com consequências imprevisíveis para o território e para toda a região.