Depois do decepcionante remake de Vale Tudo, Três Graças chegou devolvendo ao telespectador a boa e velha dramaturgia. Em poucas semanas no ar, a novela de Aguinaldo Silva já conseguiu superar a obra de Manuela Dias em diferentes aspectos. A coluna GENTE separou pelo menos três vezes em que o atual folhetim foi melhor do que o antecessor: a abordagem das questões sociais, a inserção da publicidade e a recepção do público.
No que diz respeito à questão social, Três Graças se destaca por tratar o tema de maneira mais orgânica e envolvente – não apenas no texto, mas também nas imagens. Um exemplo marcante foi o destaque dado a mulheres grávidas e sozinhas aguardando atendimento em um hospital, escancarando as dificuldades das “mães solo”. O que a releitura de Vale Tudo prometeu, mas não entregou, a trama de Aguinaldo vem apresentando com naturalidade, sem perder o fio da narrativa.
Outro mérito do roteiro está na maneira como a publicidade vem sendo inserida. Em vez de diálogos artificiais e exposição forçada de marcas, a trama apresenta produtos de forma coerente com a história que está sendo contada. Um exemplo é a aparição de uma garrafa de refrigerante em cena: em vez de um discurso sobre as qualidades da marca, o item simplesmente compõe o cenário, sobre a mesa, enquanto o personagem faz sua refeição. Há a menção do nome, mas de maneira natural, como deve ser.
Por fim, vale destacar a resposta do público. Além de superar Vale Tudo em engajamento nas redes – cerca de 59% a mais -, Três Graças devolveu ao espectador a esperança na boa novela de horário nobre. “Torcendo para que Três Graças seja o novelão que a gente precisa para se curar de Mania de Você e Vale Tudo”, escreveu uma usuária do X na estreia, resumindo o sentimento de quem voltou a acreditar na força da teledramaturgia.