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‘Três Graças’: Médico explica cirurgia afirmativa de gênero para trans

Três Graças, novela das 21h da TV Globo vem levantando discussão sobre a identidade de gênero, por meio da personagem trans Viviane, interpretada por Gabriela Loran. Na área da saúde, isso se reflete em procedimentos como a cirurgia afirmativa de gênero, que permite alinhar os órgãos genitais à identidade de gênero da pessoa trans, contribuindo para o bem-estar, a autoestima e o direito à autodeterminação.  “A cirurgia afirmativa de gênero é um procedimento cirúrgico realizado para adequar os órgãos genitais do sexo biológico do indivíduo ao gênero pelo qual o paciente se identifica”, explica o urologista especialista em reconstrução genital e chefe do Departamento de Cirurgia Afirmativa de Gênero da Sociedade Brasileira de Urologia, Ubirajara Barroso Jr. 

Conforme explica Barroso, a cirurgia afirmativa de gênero é “um conjunto de procedimentos cirúrgicos, com o objetivo de alinhar o corpo e órgão genital à identidade de gênero desejada, superando a discordância entre o sexo biológico e a identidade de gênero do paciente, podendo incluir tanto a construção de um novo órgão genital, quanto a remoção de órgãos acessórios, como testículos, mama, útero e ovários”.   O médico reforça que não necessariamente uma pessoa transgênero precisa fazer a cirurgia afirmativa de gênero ou qualquer modificação em seu corpo. “A escolha da cirurgia é individual e é um procedimento irreversível”, alerta à coluna GENTE.

Já a respeito da expectativa de vida de pessoas trans, sempre tida como muito menor do que de pessoas cis na sociedade, o médico alerta para a imprecisão de dados. “Não há dados robustos sobre a expectativa de vida na população trans, havendo carência na literatura sobre o tema. Um estudo inglês recentemente publicado, de mais de 3637 transexuais no sistema de saúde, demonstra que a taxa global de sobrevida é um pouco menor na população trans, sendo essa mais propensa a morrer por causas externas como acidentes e suicídio. Alguns dados nacionais, não científicos, sugerem que a sobrevida dos transexuais no Brasil pode ser mais baixa, podendo, em algumas situações, ser de 35 anos. Transfobia e uma maior propensão ao suicídio são situações que afetam essa maior taxa. Além disso, o acesso deficiente ao sistema de saúde, seja pela condição social dessa população em virtude de exclusão laboral, mas principalmente pela marginalização, pelo despreparo dos sistemas de saúde em atendê-la e pelo receio de ser vítima de violência, está entre os fatores de risco para doença. Educação, desmistificação, melhor acesso à saúde, punição contra a transfobia estão entre as prováveis soluções futuras para resolver esse grave problema”.

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