O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli atendeu a um pedido dos advogados de defesa nesta quarta-feira, 3, e puxou para a Corte a investigação aberta contra Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. O caso, que está em segredo de Justiça, sairá da Justiça Federal de Brasília para o Supremo, em virtude da citação de um deputado federal em meio às investigações.
“Diante de investigação supostamente dirigida contra pessoas com foro por prerrogativa de função, conforme inclusive já noticiado pela mídia formal, fixada está a competência da corte constitucional”, argumentou o ministro na decisão desta quarta. Ele acatou um pedido feito em sigilo pela defesa do banqueiro.
Vorcaro foi preso no dia 17 de novembro no aeroporto de Guarulhos, enquanto tentava embarcar em uma aeronave privada rumo a Dubai. Horas antes, ele havia vendido o Banco Master para o Banco Regional de Brasília (BRB), em uma movimentação que foi anulada pela Justiça depois. No dia seguinte à prisão, pela manhã, a Polícia Federal deflagrou a operação Compliance Zero, em que colheu provas para investigar a cessão de títulos de crédito falsos pelo Master. O presidente do BRB foi afastado. Indícios preliminares das investigações apontam que as fraudes podem chegar à casa dos 17 bilhões de reais.
O banqueiro ficou preso por onze dias até que, no dia 28 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª região mandou soltá-lo. Vorcaro, dois ex-diretores do Master e um ex-sócio conseguiram o direito de responder às investigações em liberdade. Enquanto isso, terão que usar tornozeleira eletrônica e obedecer a várias restrições, como não poderem sair do país e tampouco exercer atividades no ramo financeiro.
As investigações agora podem avançar rumo aos vínculos de Vorcaro com a classe política, algo que incomoda os bastidores em Brasília. A operação da PF que mirou o banqueiro apreendeu mais de 230 milhões de reais de bens em seu nome.