Consolidado como um dos principais encontros que reúne cultura, ciência e ativismo do país, o Festival Híbrido propõe uma jornada que alinhava temas que tratam de arte, ciência e consciência social. Nesta terceira edição, realizada entre os dias 11 e 12 de outubro, em São Paulo, o evento trouxe uma novidade. Pela primeira vez, resolveu mergulhar no universo psicodélico, devido aos avanços científicos demonstrados na última década. Pesquisas conduzidas por universidades como Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e, Imperial College, no Reino Unido, mostraram resultados promissores no uso da psilocibina — composto presente em certos cogumelos — no tratamento da depressão resistente e do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Esses estudos indicam que, em ambiente controlado e com acompanhamento clínico, os psicodélicos podem promover profundas transformações emocionais e neurológicas, o que abre caminho para uma nova geração de terapias mentais, baseadas em ciência e integração entre mente e corpo.
O Festival Híbrido apresenta a Feira do Livro Psicodélico, que reune autores, editoras e lançamentos voltados ao universo psicodélico, além de sessões de autógrafos e rodas de conversa. Outro destaque é o espaço de vivências sensoriais, com oficinas de respiração, arte, som e expressão corporal (Espaço Colmeia e ConecSom), que estimulam a conexão entre público e conteúdo. Na programação musical, há nomes da música eletrônica e do rock nacional, com apresentações de DJ Will Robson, DJ Vivi Seixas e encerramento especial da banda IRA!, em formato acústico.
Nas edições anteriores, o festival focou mais na cultura canábica, reunindo debates sobre a perspectivas médicas, jurídicas e sociais. Embora o tema continue presente, esta nova edição amplia o olhar, ao incorporar pautas sobre psicodelia, sustentabilidade e ancestralidade. A proposta é estimular reflexões sobre novas formas de viver, criar e se relacionar com o mundo, fazendo do festival um espaço de experimentação e convergência entre diferentes visões e gerações.
