O ex-presidente Michel Temer classifica o aumento do número de cadeiras na Câmara dos Deputados como um erro. A proposta, já aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional, eleva a quantidade de deputados federais de 513 para 531 com a justificativa de melhorar a representatividade dos estados brasileiros na Câmara. “Confesso que acho que não era preciso aumentar (o número de cadeiras)”, disse Temer durante entrevista a jornalistas em evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Marrakech, no Marrocos, nesta quarta-feira, 9.
O ex-presidente da República — que também presidiu a Câmara em três ocasiões — diz que a decisão pelo aumento no número de deputados, ao invés de simplesmente redistribuir os assentos existentes, provavelmente se deu para evitar embates entre diferentes setores e bancadas da casa legislativa. “É uma coisa interna do Congresso. Eles não querem brigas.”
A proposta pode elevar gastos do Estado brasileiro em um momento em que o Congresso pede que o governo federal reduza suas despesas. Sobre esse ponto, Temer reconhece que o aumento do número de assentos na Câmara é ruim para a imagem do Legislativo: “Esses equívocos geram uma má impressão da governabilidade (do Congresso), mas isso com o tempo se resolve”.
