O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), cobrou mais atuação do governo Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações em torno das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao país e que devem começar a valer já na próxima semana.
Em almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 25, Ratinho Jr. criticou a demora do Itamaraty em mandar um representação do governo para os Estados Unidos e defendeu que o momento é de se “tirar a política e colocar a diplomacia na mesa”.
“Eu torço para que o governo federal mande um chanceler para os Estados Unidos o quanto antes para fazer uma negociação. Já se passaram 15 dias e a gente não viu nenhum brasileiro pisar nos Estados Unidos pra tentar sentar na mesa e fazer essa construção comercial”, disse durante o encontro, que contou com a presença do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).
“O momento agora é de tirar a política e colocar a diplomacia na mesa. E o histórico da diplomacia brasileira é um histórico vencedor. O Brasil é uma das grandes referências no mundo na construção de soluções comerciais. Espero que rapidamente alguém do Itamaraty vá aos EUA, porque não é colocando vídeo na internet, fazendo brincadeira, que vai solucionar esse problema, que é sério”, declarou o governador paranaense, sob aplausos.
Ratinho Jr. é um dos nomes cotados para disputar a Presidência da República em 2026 pelo campo da direita no vácuo deixado pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro — e pelo avanço das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente.
Plano de contingência
Durante o almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro, Ratinho Jr. também sinalizou que vai apresentar, nos próximos dias, um plano de medidas para proteger a economia do Paraná e os setores afetados pela taxação. Segundo o governador, representantes da administração estadual se reuniram ao longo da semana com os setores interessados, receberam pleitos e estudam medidas que possam compensar eventuais perdas.
O movimento acompanha o de outros governadores na tentativa de mitigação dos efeitos do tarifaço. Nesta semana, o governador Eduardo Riedel (PSDB), do Mato Grosso do Sul, se reuniu com senadores da comitiva que desembarca em Washington na próxima semana também para apresentar demandas do estado, que, assim como o Paraná tem o agronegócio — um dos setores mais afetados pelas sanções — como um dos principais motores da economia local.
Segundo o governo paranaense, o estado vende, em média, 1,5 bilhão de dólares por ano em produtos aos Estados Unidos. Neste ano, até junho, foram 735 milhões de dólares.
Nos últimos quatro anos, mais de 90 grupos de produtos paranaenses alcançaram o mercado norte-americano, como máquinas, combustíveis minerais, plástico, alumínio, açúcar, café, adubos, borracha, produtos farmacêuticos, móveis, peixes, óleos vegetais, entre outros.
