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Tanques israelenses avançam sobre cidade em Gaza onde acredita-se haver reféns do Hamas

Tanques israelenses avançaram para as áreas sul e leste de Deir al-Balah, na região central da Faixa Gaza, nesta segunda-feira, 21, primeira vez em que blindados são usados na cidade desde o início da guerra no enclave palestino. Os militares de Israel acreditam que alguns dos reféns ainda em posse Hamas estejam no local, segundo a agência de notícias Reuters.

Deir al-Balah é considerada por Tel Aviv uma localidade importante de apoio ao Hamas e à sua base legislativa. Das quinze cadeiras da Câmara Municipal da cidade, treze foram ganhas por candidatos da ala política do grupo nas últimas eleições, que ocorreram em 2005. Desde então, a cidade tornou-se alvo frequente de incursões israelenses.

Médicos de Gaza relataram que pelo menos três palestinos foram mortos e vários ficaram feridos por bombardeios de tanques que atingiram oito casas e três mesquitas na área. Os ataques ocorreram um dia depois dos militares israelenses ordenarem que a cidade fosse esvaziada imediatamente, alegando que planejavam combates diretos com militantes do Hamas na região. De 50 a 80 mil habitantes foram orientados a deixar suas casas, ou seja, quase 87% de Gaza está sob tais ordens.

“Com esta última ordem, a área de Gaza sob ordens de deslocamento ou dentro de zonas militarizadas israelenses aumentou para 87,8%, deixando 2,1 milhões de civis espremidos em 12% da faixa fragmentada, onde serviços essenciais entraram em colapso”, disse o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas.

A incursão forçou dezenas de famílias a fugir e seguir para o oeste, em direção à área costeira de Deir al-Balah e à cidade vizinha de Khan Younis.  Lá, mais cedo nesta segunda-feira, um ataque aéreo israelense matou pelo menos cinco pessoas, incluindo um homem, sua esposa e seus dois filhos, em uma tenda, de acordo com médicos locais.

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O Exército de Israel não fez comentários, pro enquanto, sobre os incidentes em Deir al-Balah e Khan Younis. Antes, os militares informaram que não haviam entrado nos distritos de Deir al-Balah sujeitos às ordens de retirada e que continuam “a operar com grande força para destruir as capacidades inimigas e a infraestrutura terrorista na área”.

Fontes israelenses que conversaram sob condição de anonimato com a Reuters disseram que o motivo pelo qual o Exército evitou entrar na cidade até agora é a suspeita de que o Hamas possa estar mantendo reféns no local. Acredita-se que pelo menos vinte dos cinquenta cativos restantes ainda estejam vivos. Em outubro de 2023, 251 pessoas foram sequestradas por combatentes durante sua invasão ao sul de Israel.

Famílias dos reféns expressaram preocupação com seus parentes e exigiram uma explicação do exército sobre como os protegeria na operação.

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Deir al-Balah também é um dos principais centros da operação humanitária dentro do devastado território, em meio a crescentes alertas de aumento da fome. A incursão desta segunda-feira ocorre um dia após o exército israelense disparar, mais uma vez, contra palestinos desesperados em busca de ajuda alimentar, com pelo menos 85 mortos no domingo.

O Programa Mundial de Alimentos afirmou que a maioria das vítimas estava concentrada perto de uma cerca na fronteira com Israel, na passagem de Zikim, na esperança de obter farinha de um comboio de ajuda humanitária das Nações Unidas quando foram alvejadas por tanques e atiradores israelenses.

O Exército de Israel reconheceu a autoria dos disparos, mas afirmou ter lançado “tiros de advertência para remover uma ameaça imediata aos soldados”. Afirmou ainda que as descobertas iniciais sugerem que os números de vítimas relatados foram inflados e que seus militares “certamente não visam intencionalmente caminhões de ajuda humanitária”.

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