A Polícia Federal afirmou, em representação acolhida pelo ministro André Mendonça, do STF, que o empresário Erik Marinho, segundo suplente do senador Efraim Filho (União Brasil-AP), trabalhava para ocultar e blindar o patrimônio de Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, e dos operadores do “núcleo empresarial-político” da organização criminosa por trás de fraudes bilionárias a aposentados.
O senador paraibano só é citado no contexto da suplência do mandato, sem que lhe seja atribuído qualquer envolvimento nos fatos investigados. Não há, na decisão de Mendonça e nos trechos transcritos da representação da PF, nenhuma outra menção a Efraim Filho, que não é investigado e nem alvo da operação desta quinta. Marinho nunca assumiu o mandato parlamentar iniciado em 2023.
O ministro do Supremo mandou a PF instalar tornozeleira eletrônica em Erik Marinho e proibiu-o de deixar o país. O segundo suplente de senador terá de entregar seu passaporte às autoridades.
Investigadores constataram que a esposa de Marinho, Joelma dos Santos Campos, é sócia da empresa Air Connect, “proprietária da aeronave Beech F90, prefixo PT-LPL, adquirida por R$ 2.800.000,00 em janeiro de 2022”, na qual o Careca do INSS é detentor de cotas.
O Careca considerava Marinho como “‘parceria jatinho’, tendo em vista que foi quem alienou as cotas de aviões” ao pivô do esquema, segundo a PF.
A representação da Polícia Federal contém uma foto em que outro senador, Weverton Rocha (PDT-MA), alvo de busca e apreensão nesta quinta, “aparece a caminho da aeronave PT-LPL”, o mesmo jatinho objeto da parceria entre o Careca do INSS e Erik Marinho.
“A FLIGHT WAY S/A, assim como a AIR CONNECT S/A, ambas constituídas por JOELMA DOS SANTOS CAMPOS, esposa de ERIK, apresentam características típicas de empresas utilizadas para ocultação patrimonial: criação recente, capital social irrisório e aquisição de aeronaves de alto valor incompatíveis com sua capacidade declarada”, escrevem os investigadores.