No começo da tarde de domingo, 7 de setembro, no Autódromo de Interlagos, Supla e o grupo de punk Os Inocentes ditaram o tom rebelde do dia no The Town ao instigarem protestos animados no público, que entoou gritos de “sem anistia” instantes após o músico Clemente Tadeu dizer que ali estavam os verdadeiros patriotas. Pouco depois, o protesto se repetiu durante show do CPM 22. Em outro momento, Os Inocentes apresentaram a faixa Pátria Amada enquanto o roqueiro platinado vestia terno e máscara demoníaca e empunhava bandeira do Brasil com os dizerem “salve-se quem puder”. Em entrevista a VEJA nos bastidores do evento, Supla detalhou o protesto: “A pergunta é se você está com as pessoas nas ruas, ou se você está com o Congresso Nacional, né? E era uma coisa que o John Lennon falava: cara, essas pessoas trabalham pra gente. Somos nós quem pagamos a conta de vocês, nós temos o poder. Então, temos que pensar bem em quem colocamos lá. Acho que isso foi bem representado. Entrei com a bandeira e aí eles tocaram mais duas músicas, inclusive I Fought the Law, do The Clash”.
Supla com máscara de demônio segurando uma bandeira verde e amarela dizendo “salve-se quem puder”, esse é o tweet #SuplaEInocentesNoMultishow pic.twitter.com/oYO26GTjH0
— nave X
(@_nave_x) September 7, 2025
Ao mesmo tempo que o festival ocorre em São Paulo, a Avenida Paulista recebe ato bolsonarista que pede pela anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Lá, o presidente do PL Valdemar Costa Beto alegou que tem o apoio de três partidos (PP, PSD e PL) e garantiu à base que tem maioria no Congresso para aprovar a medida.
Para além do protesto, a apresentação de Supla e os Inocentes embalou o público com hits autorais e covers. Uma escolha inusitada foi o rock suave As It Was, de Harry Styles. “A Supla e os Punks de Boutique, que é a minha banda, deu uma nova cara pra essa canção e o pessoal vem junto mesmo, porque percebem que já escutaram ela em algum lugar”. Aberto ao diálogo com outros gêneros musicais, o cantor ainda nota referências do rock no trap, estilo que foi foco da programação do festival no dia anterior. “É o blues. O Matuê estava de roupa de couro. It’s like Elvis Presley, you know? Está ali também o Chuck Berry ou o Little Richard. Não teve um cara mais punk que ele. Ele era negro e ele era gay. Fuck you, man. Never forget that”, disse Supla em sua característica mistura linguística.
O músico ainda se mostrou animado em tocar no festival que homenageia sua cidade natal. “Para mim é uma honra”, assegurou antes de elogiar o palco Skyline, que emula os prédios mais altos da capital paulista: “Parecia que daqui a pouco ia aparecer o King Kong ali em cima”.
Atualmente, Supla divulga o disco Nada Foi em Vão, lançado em julho. Fora ele, o dia do rock no The Town conta com apresentações de Bruce Dickinson, Iggy Pop e Green Day.
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