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Superpotências: China salta em robotização e EUA têm extinção de empregos

Donald Trump entende as apostas altíssimas envolvidas na inteligência artificial, ao contrário de governantes que ainda estão perdidos em fases anteriores, mas está fazendo o suficiente? E têm os Estados Unidos condições de, mesmo com pleno conhecimento, manter a vantagem sobre a China? Ou esta já foi eliminada?

São perguntas de um alcance histórico difícil de exagerar. O jornal The Telegraph publicou no domingo uma reportagem com um título revelador: “Executivos ocidentais que visitam a China estão voltando aterrorizados”. Motivo: a robotização já colocou a China em posição dominante em várias atividades industriais. A era da China que copiava tecnologias ocidentais acabou e hoje o país está em posição de liderança.

“O custo e a qualidade dos carros deles são muito superiores aos do Ocidente”, resumiu o diretor-executivo da Ford, Jim Farley. “E não apenas nos carros elétricos. Se perdermos essa, a Ford não terá futuro”.

São palavras fortes: a empresa no coração do nascimento da era dos carros a motor está declarando seu risco de obsolescência.

Outro executivo estrangeiro, Andrew Forrest, a gigante australiana de mineração Fortescue, voltou estarrecido – e convencido de que sua empresa não deve tentar concorrer com os Powertrains chineses, os sistemas que conectam os principais componentes dos veículos elétricos. Ele descreveu linhas de produção em que os robôs fazem tudo e, no final, sai um veículo pronto.

INOVANDO LOUCAMENTE

Algumas dessas linhas de produção são chamadas de “fábricas escuras”- como nelas trabalham. só robôs, sem nenhuma presença humana, não é preciso iluminação.

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“Visitei uma fábrica escura produzindo números astronômicos de celulares”, contou ao jornal um executivo do setor elétrico, Greg Jackson. “Dá para sentir o espírito de mudança; a competitividade chinesa mudou da fase de subsídios do governo e mão de obra barata para uma com tremendas quantidades de engenheiros que estão inovando loucamente”.

As áreas mais conhecidas em que a China onde lidera são veículos elétricos, baterias, placas solares, turbinas de vento, drones e robótica avançada.

Entre 2014 e 2024, o número de robôs foi de 189 mil para mais de dois milhões.

E o que acontece com os trabalhadores que são assim substituídos, num país onde o desemprego já é um fator tão forte que jovens chegam a pagar para ir a escritórios fake, onde fingem trabalhar e, assim, se sentir menos excluídos.

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AFUNDAR O MUNDO

Essa é uma questão que deve preocupar toda a humanidade – e na verdade já preocupa os americanos. Uma comissão do Senado calculou que a inteligência artificial e a automatização podem substituir cerca de 97 milhões de trabalhadores americanos na próxima década. Na hipótese otimista, as máquinas trabalham e os humanos ganham para ficar em casa, exercendo atividades criativas e gratificantes. Nem é preciso explicar o que acontece na hipótese pessimista.

Teríamos assim a superpotência ainda hegemônica enfrentando um duplo e estonteante desafio: os graves transtornos sociais provocados pelo desemprego em massa e a tomada da dianteira pela China nas fronteiras tecnológicas.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent usou palavras duras para a mais recente atitude chinesa, em relação ao controle das terras raras, o campo onde a China pode simplesmente quebrar as penas do mundo.

“É um sinal de como a economia deles está fraca e querem afundar todo mundo com eles. Deve existir algum modelo de negócio leninista em que prejudicar o cliente é uma boa ideia. Se eles quiserem diminuir o ritmo da economia global, serão os principais atingidos”, disse.

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‘EXCESSOS CULINÁRIOS’

Donald Trump tem um plano, exposto numa conferência chamada Ganhando a Corrida da IA, baseado num duplo movimento, os investimentos maciços feitos pelas gigantes tecnológicas e a eliminação de barreiras regulatórias. Os chamados modelos abertos dão acesso livre ao universo aberto pela IA, com um tremendo poder para as empresas particulares. Seria uma forma mais rápida de competir com a China.

Funcionará ou estão os Estados Unidos fadados a decair como os grandes impérios em que se inspirou, como Roma e Grécia, retratadas na arquitetura de Washington?

É, obviamente, uma discussão permanente. Voltou à moda discutir o modelo de um acadêmico alemão que listou, nos anos oitenta, 240 motivos para o declínio do Império Romano. Com uma lista desse tamanho, é impossível não achar exemplos que batem com tendências contemporâneas.

Também é irresistível reproduzi-las, incluindo: abolição dos deuses, falta de caráter, apatia, absolutismo, atraso na ciência, barbarização, burocracia, celibato, carência reprodutiva, concatenação de infortúnios, excessos culinários, esgotamento de recursos minerais, desmoralização, dissolução étnica, escapismo, imperialismo, ganância monetária, orientalização, pragas, banhos públicos, suicídio racial, escravidão, barbárie espiritual e mais um longuíssimo etc. Olhem para qualquer lado do Ocidente, e ela estarão causas similares.

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